Daniel Sá
Daniel Sá Diretor Executivo do IPAM

Brad Pitt no Colombo ou Vini Jr. em Alverca?

Num fim de semana típico em Portugal, um consumidor pode escolher diferentes formas de entretenimento para ocupar os seus tempos livres: um jogo de futebol, uma peça de teatro, uma visita a um museu ou um filme no cinema, entre muitas outras opções.

Este fim de semana, por exemplo, alguém que viva na Grande Lisboa podia optar entre assistir ao filme 'F1', em exibição nos principais cinemas do país, ou ir ao estádio ver um jogo como o Alverca contra o Benfica, da Liga Portugal Betclic. Ambas as experiências oferecem entretenimento, emoção e estrelas, mas diferem significativamente em preço, comodidade, acesso e ambiente.

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No caso do cinema, o preço médio de um bilhete em Portugal ronda os 6,60 € para sessões 2D, podendo subir para 11 € em salas IMAX ou 4DX. Os bilhetes são facilmente adquiridos online ou em apps, com lugares marcados e sessões disponíveis em dezenas de salas por todo o país.

Já no futebol, os preços variam consoante o jogo e a localização. Para o jogo Alverca-Benfica, os bilhetes variaram entre 20 € (Bancada Poente, exclusiva a sócios) e os 55 € (Central Nascente). A compra exige maior planeamento, com bilhetes esgotados rapidamente e restrições de acesso para adeptos visitantes.

Em termos de comodidade, o cinema oferece uma experiência controlada: cadeiras confortáveis, climatização, som envolvente e acesso a snacks. O futebol, por outro lado, proporciona uma vivência coletiva mais intensa, mas menos previsível – filas, condições meteorológicas e deslocações são fatores a considerar.

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Quanto às estrelas, o filme 'F1' conta com nomes como Brad Pitt, Javier Bardem e Lewis Hamilton, numa produção de mais de 200 milhões de dólares. Já o jogo entre Alverca e Benfica trouxe ao relvado como maior figura Otamendi (havia um tal de Vini Jr. nas bancadas), num espetáculo ao vivo com impacto emocional imediato.

A acessibilidade também difere. O cinema está presente em quase todos os distritos, com sessões diárias e horários flexíveis. O futebol, embora mais descentralizado, depende do calendário competitivo e da capacidade dos estádios, o que limita a frequência e o acesso.

Ir ao cinema ou a um jogo de futebol em Portugal são experiências distintas, mas complementares. O cinema oferece conforto, previsibilidade e narrativa; o futebol entrega paixão, imprevisibilidade e identidade coletiva. O consumidor português, cada vez mais exigente, escolhe não apenas pelo conteúdo, mas pela experiência e ambas têm lugar no seu fim de semana ideal.

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Em resumo, a indústria do futebol, deve entender de uma vez por todas que enfrenta uma concorrência duríssima dentro do mercado do entretenimento e que se não se preparar devidamente enfrentará perdas significativas no futuro.

Taylor Swift, Brad Pitt ou o Rato Mickey e companhia serão sempre atrações mais populares do que um Otamendi e um bando de desconhecidos.

Por Daniel Sá
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