Pedro Bouças
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Como Rui Vitória fechou o jogo em Alvalade

O empate em Alvalade era suficiente para o Benfica manter a liderança. Foi tendo bem presente esse facto que Rui Vitória foi lançando os dados para os últimos minutos da partida.

A preocupação maior em manter a liderança levaram a algumas adaptações tácticas que visavam aumentar a segurança defensiva. E se esse foi de facto o propósito, não poderia ter mexido melhor o treinador encarnado.

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A entrada de Filipe Augusto não trouxe um Benfica em 433, como foi sendo sugerido amiúde. O Benfica manteve o seu 442 com Carrillo, Fejsa, Filipe Augusto e Cervi na linha média. Pizzi subiu uma linha.

Do ponto de vista táctico, o que se alterou foi a forma como a linha mais avançada defendia. Raúl e Pizzi deixaram de sair em simultâneo aos defesas-centrais, como faz habitualmente a equipa de Rui Vitória, mas passou Raúl a posicionar-se entre centrais e a sair e pressionar sempre o central com bola, enquanto que Pizzi colocava-se mais baixo no relvado, sempre a controlar o posicionamento de William. No fundo, no momento defensivo, passou o Benfica a jogar em 4 linhas diferentes. A defensiva, a média, e Pizzi na costas de Raúl.

Controlado o espaço entre avançados e médios, impediu o Sporting de ligar na sua construção com maior frequência e qualidade os seus ataques.

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A disponibilidade física para os momentos defensivos do mexicano iam permitindo controlar centrais e Pizzi controlava segunda fase de construção leonina.

Também a opção por manter Cervi ao longo dos 90 minutos terá sido pensando no rendimento defensivo que o argentino apresenta. De todos os alas é o melhor nesses momentos. Porque fecha melhor o espaço, porque é mais agressivo nos duelos. Porque nunca se coíbe de colocar a mesma entrega nos momentos sem bola da que oferta nos momentos com bola.

Com princípios tácticos bem definidos que permitiam retirar espaço ao adversário e a preocupação demonstrada por não perder a bola com a equipa aberta no relvado, retirando dessa forma possibilidades para a transição ofensiva adversária, o Benfica caminhou tranquilamente para o último apito de Artur Soares Dias com a liderança garantida.

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Pode ler mais análises de Pedro Bouças em www.lateralesquerdo.com.

Por Pedro Bouças
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