Pedro Bouças
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Zonas e indicadores de pressão - o Benfica na Liga dos Campeões

Uma das grandes decisões que nos dias de hoje os treinadores têm de tomar passa pela definição da zona e dos momentos em que a equipa começa a defender. Onde aumenta agressividade. Onde procura recuperar ou somente controlar.

No jogo da Liga dos Campeões, será expectável um Benfica a colocar a primeira linha defensiva (dos avançados) já bem próximo da linha do meio-campo. Tal não significará de forma alguma uma qualquer inferioridade ou demasiado respeito pelo adversário. Apenas uma possível variante estratégica que contribua para, por um lado, potenciar a que sucedam situações onde o Dortmund mais sente dificuldades, e por outro, proteger defensivamente a equipa.

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Porquê a primeira linha de pressão mais baixa perante este adversário em específico?

1) Porque a maior dificuldade da equipa de Tuchel é o controlo da profundidade na sua transição defensiva. Isto é, após a perda da bola, a sua última linha (dos defesas), tenta sempre defender a situação de jogo consentindo imenso espaço nas costas. Não ajusta na profundidade. Demora a baixar metros e permite várias bolas nas costas para possíveis movimentos de ruptura. Convidar a linha de três defensores alemães a subir metros com bola, pensando no momento em que após recuperar o Benfica poderá explorar tal espaço será sempre uma estratégia a ter em conta.

2) Porque o Dortmund é ofensivamente uma das melhores equipas da Europa nas ligações que cria entre sectores, ligando fases com uma qualidade incrível. Se a linha dos avançados do Benfica começar a pressionar mais subida, o espaço entre avançados e médios encarnados aumentará. E é precisamente nesse espaço que se move Weigl e Guerreiro. Sobretudo o alemão é um jogador fabuloso a iniciar desequilíbrios desde a construção. Se recebe com espaço somente já nas costas dos avançados encarnados, terá muito mais sucesso nas suas decisões. Obrigará alguém da linha média do Benfica a sair, o que lhe facilitará as possibilidades para colocar a bola entre linha defensiva e média. Onde surigirá Aubameyang, Reus e Dembélé

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Da definição sobre o posicionamento em 'altura' da primeira linha em organização defensiva, muito poderá mudar ou não a partida.

Contra adversários com armas de um nível incrível como é caso da equipa de Tuchel, as possibilidades de sobrevivência passarão sempre pelo acentuar do lado estratégico do jogo. E se as probabilidades não são favoráveis ao SL Benfica, não se pode ignorar que se há treinadores capazes de definir e elaborar estratégias que minimizem o poderio adversário, esses são os portugueses.

Pode ler mais artigos e análises de Pedro Bouças em www.lateralesquerdo.com.

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Por Pedro Bouças
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