Mais de dois anos depois de ter lançado o PACE 3, e um ano depois do PACE Pro, a Coros coloca agora no mercado um novo modelo da sua saga mais focada na 'performance simplista'. Do Pro, a marca norte-americana volta aos números, agora para a versão 4, que é efetivamente uma evolução do modelo 3 e não do Pro. Diríamos que fica ali a meio caminho, pegando no melhor que tinha o Pro, mas tirando-lhe alguns argumentos mais avançados, que na verdade o aproximavam mais do APEX.
Em resumo, e comparando-o ao Pro, o novo PACE 4 perde os mapas offline, mas mantém o ecrã AMOLED (o 3 era um MIP) e ganha ainda mais bateria, para se tornar num dos mais fortes relógios do segmento - e do mercado - neste particular, com até 41 horas de autonomia em GPS. Sobe ligeiramente o preço, para os 269 euros, mas o seu lançamento leva também a mexidas nos valores dos outros dois: a partir de sexta-feira o Pace 3 será vendido a 229€ e Pace Pro a 349€.
No teste em que fizemos, houve vários pormenores que nos agradaram. O primeiro era algo normal ao olhar para a ficha técnica. Apesar de algo maior (43mm), o Pace 4 sente-se muito bem no pulso, sem ser demasiado pequeno nem demasiado grande. É, diríamos, um relógio perfeito até para as mulheres, que normalmente têm problemas com as dimensões. Por outro lado, é bastante leve, com 40 gramas se usarmos a bracelete de silicone. Um peso pluma que mal se sente no pulso, o que para competir ou treinar como foco na performance é algo que se agradece. Não tanto na performance propriamente dita, mas pelo nível de conforto.
Outro dado de realce é o ecrã AMOLED de 1.2”, com uma resolução 164% maior do que a que temos no 3. Em termos de brilho, atinge os 1500 nits, um valor igual ao que temos no PACE Pro. O ecrã, tal como as outras versões, é touch, mas como sempre dizemos é algo que não usemos muitas vezes. Pelo menos não em atividade.
E, depois, a bateria. Apesar de estar munido de um ecrã AMOLED, continua a ser imbatível neste particular. Nesta nova versão apenas tem dois modos de GPS (High e Max), que nos darão entre 24 e 41 horas de bateria. A tabela abaixo explica um pouco esses dados, mas comparando com o Pace Pro, o PACE 4 ganha em bateria no High Mode e perde ligeiramente no uso diário (de 19 para 20 dias). Nada de mais, portanto. Já quanto ao PACE 3, a mudança é grande, ganhando 16 horas em High Mode.
Disponível em duas cores (branco e preto), o PACE 4 conta ainda com outras duas grandes novidades: um novo botão de ação no lado esquerdo (junta-se à coroa giratória e ao inferior do lado direito) e ainda um microfone integrado. O botão de ação serve essencialmente para mudarmos facilmente de ecrã durante a atividade (não tem qualquer uso fora delas). Já o microfone é uma ideia muito bem conseguida, pois permite-nos a meio das nossas atividades fazer gravações de áudio para partilhar, por exemplo, sensações que tenhamos a meio caminho ou, então, alguma ideia revolucionária. Nunca se sabe quando a mente se lembra de algo incrível...
Sensores ainda mais apurados
A 'core' do nosso teste foi feito na Maratona de Podgorica, uma prova com duas voltas e algumas viragens e ainda passagens em rios ou próximo deles. Era o cenário ideal para colocar à prova a eficiência da captura de sinal. E, passada a prova, o teste foi mais do que bem sucedido. 42.23 quilómetros apontava o relógio. A distância praticamente exata da maratona. Quanto ao sensor cardíaco, testámo-lo em comparação com uma banda dedicada da Wahoo e os resultados foram incríveis. O mesmo bpm médio e um gráfico praticamente igual em ambos os dispositivos.
Essa fiabilidade do sensor permite que a captura de todos os dados de saúde seja muitíssimo satisfatória. Sono, variação da frequência cardíaca, passos, calorias... O Pace 4 dá-nos mais do mesmo em relação ao relógios anteriores, mas agora com dados bem mais afinados. Um total acerto!
Balanço feito, por 269 euros, com aquilo que entrega, o Pace 4 tem de ser considerado um dos fortes candidatos a relógio desportivo do ano e, para mais, aquele que melhor relação preço/qualidade tem no mercado atual.