Maratona de Praga: uma história de 30 anos que começou num... guardanapo

2025 vai ser um ano muito especial para a Maratona de Praga. Prova que há muito se consolida como uma das melhores da Europa, tanto pela qualidade dos pelotões que ano após ano reúne, como também pela própria qualidade organizativa (que tivemos já por várias ocasiões de confirmar), a maratona da capital checa assinala no próximo ano o seu 30.º aniversário e promete muitas novidades. Será hora de continuar a projetar o futuro, mas sem esquecer aqueles que marcaram o passado e foram determinantes para cimentá-la no calendário internacional.

Uma história que começa de uma forma um tanto ou quanto inusitada, como tantas vezes o carismático Carlo Capalbo, diretor da organização e cérebro de tudo o que por ali se realiza, sempre recorda. Tudo começa à mesa, com um café, uma fatia de bábovka (um bolo típico checo) e um copo (ou vários...) de brandy. Nessa mesa, com Capalbo estavam dois nomes lendários do atletismo: Gelindo Bordin (campeão olímpico da maratona de 1988) e o eterno Emil Zátopek (quatro vezes campeão olímpico... três delas na mesma edição).

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"Há 30 anos tínhamos apenas um sonho: um amigo meu [Bordin] veio ter comigo e disse-me que devíamos organizar uma maratona. Então fomos ter com o senhor Zátopek. Isso foi o ínicio de tudo. Encontrámo-nos e começámos com um café e uma bábovka. No final provámos um Brandy maravilhoso que o senhor Zátopek tinha. Depois disso, idealizámos a maratona, mas precisávamos de saber onde as pessoas iam correr. Então o senhor Zátopek decidiu desenhar o percurso da Maratona Internacional de Praga num guardanapo. E o resto é história".

Estas palavras de Capalbo foram dadas ao 'Athletics Weekly', mas são tema recorrente quando pedimos ao italiano para falar dessa história. A ideia, recordou-nos em outubro, era bem clara. "Tínhamos a visão de unir as pessoas através de um evento de classe mundial que pudesse celebrar a corrida. Mas mesmo tendo essas altas expectativas, nunca poderia imaginar que a corrida cresceria ao ponto de ter um estatuto internacional como tem agora. Ver que aqueles planos iniciais, feitos num guardanapo, se tornaram realidade deixa-me orgulhoso, especialmente depois de 2019 e também pela próxima edição, a 30.ª. Esta jornada foi extraordinária e sinto-me muito grato por ter testemunhado o crescimento desta maratona até se tornar uma das mais populares a nível mundial", disse-nos na ocasião.

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Por Fábio Lima
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