Paulo Futre testemunhou no julgamento da 'Operação Malapata'

A 7.ª sessão do julgamento da Operação Malapata ficou marcada por duas testemunhas chave a depor por videoconferência. Entre eles o antigo futebolista Paulo Futre. O ex-internacional foi chamado a intervir pela sua ligação à empresa Epic Sports Agency, que, em 2019, abriu uma sede em Portugal, e era participada César Boaventura, acusado neste julgamento, e o empresário inglês Ali Barat.

Futre, que disse ser agora "mais comentador do que empresário", confirmou que seria, à altura, embaixador do ramo português da Epic, sendo que o seu irmão e sobrinhos seriam diretores. Nesse sentido, o antigo jogador também afirmou que contactou pouco com o arguido e só sabia que este era acionista da empresa junto com Barat, reiterando que "só conhecia" o nome de Boaventura como empresário de sucesso, exemplificando com nomes como Jorge Mendes.

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Contudo, o ex-extremo também disse ter conhecimento de uma altercação entre os empresários, três semanas após entrar como embaixador, o que levou Boaventura a vender as ações da empresa e a deixar Ali Barat como o único gestor da Epic em Portugal. 

Questionado sobre o possível agenciamento do empresário português a Gedson Fernandes, Paulo Futre disse saber apenas de "várias tentativas" de César Boaventura que, no final, perdeu a corrida pelo ex-Benfica para Jorge Mendes, que chegou a fazer um acordo com o antigo empresário do jogador de 24 anos, Miguel Pinho, em tribunal. De facto, Gedson Fernandes confirmou na última sessão que era agenciado pela Gestifute

A outra testemunha no Tribunal de São João Novo, no Porto, igualmente por videoconferência, foi o atual diretor e gestor da Epic Sports Agency em Portugal. Contudo, o dirigente não conhecia diretamente César Boaventura nem outro dos arguidos do caso e apenas revelou que Ali Barat e o empresário estavam ligados quando chegou à empresa, visando transferências e gestão de carreira de vários atletas.

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Apesar de não ter ligações diretas com Boaventura, o atual diretor da Epic descreveu como eram feitos os pagamentos de comissões e a emissão de faturas. Questionado sobre a transferência, em 2020, de Lucas Tousart do Lyon para o Hertha de Berlim, o dirigente afirmou ter havido um pagamento num valor menor do que 50 mil euros a César Boaventura pela intervenção, este valor pago por Ali Barat e com uma fatura emitida à empresa Transdrive, também várias vezes referida no processo. Enfatizando a transferência, a testemunha revelou que "normalmente, os montantes" das comissões são de valores muito superiores ao que esta fatura supostamente tinha descrito. 

Após o testemunho, o tribunal decidiu não prosseguir a sessão e as declarações de César Boaventura ao juiz, que já por várias vezes referiu à comunicação social que iria falar num momento oportuno, ficaram marcadas para dia 21 de dezembro, onde é expectável que haja mais um leque de testemunhas e as alegações finais do julgamento da Operação Malapata.

Por João Albuquerque
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