O Sporting joga esta 5.ª feira (16h30), contra a Roma, em Rio Maior, a qualificação para a fase de liga dos Campeões e traz da capital italiana uma vantagem de 2-1 conseguida de forma épica, já nos descontos. O técnico quer agarrar-se ao resultado conseguido na 1.ª mão e frisa que a passagem "seria um prémio justo para as jogadoras", mas lembra: "Estamos apenas no intervalo."
Vantagem de um golo: "É uma boa vantagem, não há como negar, mas há que ter bem a noção que estamos no intervalo. Não nos podemos esquecer daquela primeira parte da Roma, que foi fortíssima. Em certos momentos acabámos por ter felicidade, porque cometemos erros que felizmente não resultaram em golo. Depois acabaram por fazer um golo numa bola parada que acabou por não desequilibrar completamente o jogo, mantivemo-nos dentro do jogo. E depois sim, depois do intervalo e com os reajustes, acabámos por ser mais próximos daquilo que nós esperámos que possa ser no futuro e acabámos com uma certa felicidade de conseguir virar resultado e terminar esta primeira parte com essa vantagem que é muito importante para nós, mas temos a perfeita noção que não é decisiva e que vai ser extremamente difícil de manter."
Ritmo competitivo: “Acho que essa diferença de ritmo fez-se sentir essencialmente na primeira parte, foi uma diferença muito grande, era quinto jogo oficial da Roma e o nosso primeiro. E sentiu-se que depois na segunda parte a nossa equipa, já com mais andamento, acabou por equilibrar nesse sentido. Este jogo, estrategicamente, acredito que poderá haver aqui uma influência muito grande do ritmo competitivo. Espero que a gente volte a ter felicidade no plano estratégico, que funcionou muito bem no primeiro jogo. Decorreu da forma como nós esperámos, com uma certa felicidade também, porque a Roma, no período que foi melhor que nós, não conseguiu finalizar. Agora esperamos que sim, que neste jogo o plano funcione novamente. Se vamos ter mais posse de bola? Não conseguimos responder, porque a Roma vai-nos pressionar, vai tentar igualar, e se calhar vai haver aqui muitos duelos individuais. O que vamos fazer é procurar sermos muito competitivos, reativos e ir à procura de o melhor resultado possível."
Jogar em Rio Maior e não em Alvalade ou Alcochete: “É uma situação que nós já estávamos a prever. O calendário também assim o obriga, visto que o Sporting tem o jogo da Liga dos Campeões. Não dá como negar, se fosse possível jogar no nosso estádio claramente que era melhor, mas isso não pode servir de desculpa, pelo contrário, acho que a distância também não é grande. Acho que até pode servir como incentivo para os nossos adeptos fazerem um esforço e ir à Rio Maior apoiar a equipa. As jogadoras merecem este pequeno esforço que os adeptos possam fazer. Era extremamente importante, visto que vamos defrontar uma equipa fortíssima. Vamos passar por muitas dificuldades, vamos ter de sofrer, mas a presença dos adeptos vai dar-nos muita força. Mas repito, aquilo que fizeram na segunda parte, para muita gente era impossível e nós, com a força do grupo, com a força das jogadoras, com a qualidade que elas têm, conseguimos dar a volta."
Responder ao problema: "O que vai ser mais visível aqui terá que ser o equilíbrio emocional, nós estamos por cima na eliminatória, mas ter a consciência que não podemos relaxar um segundo. O problema vai existir porque a Roma vai ser muito forte, muito agressiva. É uma equipa com muita velocidade. O problema vai existir, agora as nossas jogadoras têm de estar centradas na solução. Não se podem deixar afetar por um segundo que tenha acontecido anteriormente e estar sempre focada no presente. Acho que isso vai fazer toda a diferença e se nós conseguirmos ser iguais a nós próprios e estarmos centradas no presente sempre, isso vai fazer a diferença num jogo desta dimensão.”
Missão difícil, não impossível: “Já tinha dito na outra antevisão. É difícil ultrapassar a Roma? É, mesmo muito difícil, porque é uma grande equipa. Impossível não é! E só não é porque o grupo de trabalho está preparado para a solução do problema e sabem perfeitamente o que têm que fazer. E portanto, se elas estiverem centradas nesse momento, independentemente da forma como a Roma possa jogar, independentemente da forma como a Roma possa fazer, estamos centradas naquilo que elas devem fazer. Nós temos muita confiança que vamos ultrapassar este adversário. Mas… está apenas no intervalo, ganhámos a primeira parte, agora falta a segunda e temos que fazer de tudo que está ao nosso alcance para conseguir manter esta vantagem que seria um prémio justo, como eu disse anteriormente, para as jogadoras, mas também para o clube, também para os adeptos, pois vão ter grandes espetáculos para poder assistir.”
Mudanças no plantel: “Sobre as saídas já tive a oportunidade de falar, acho que agora era tarde a repetir, Foi tudo feito com muita ponderação. A construção do plantel foi feita com muito rigor. Deu muito trabalho a toda a gente, essencialmente às pessoas do scouting. Toda a gente que esteve envolvida neste processo foi um trabalho árduo. Felizmente, eu acredito que foi muito bem feito este reajuste do plantel. Acho que nos conseguimos reforçar da melhor forma e estas jogadoras, juntamente com aquelas que já cá estavam, vão tornar uma equipa muito forte. Acho que isso vai ser visível futuramente.
Em caso de qualificação, é positivo ter só 2 jogos da Liga por mês?: “O problema colocado por equipas de Champions é sempre muito grande e requer sempre uma resposta a um alto nível da nossa parte, quer da equipa técnica, quer das jogadoras, e isso só vai aumentar a competitividade e a capacidade de nos tornar-nos cada vez mais fortes. E provavelmente depois, no campeonato, mantendo o mesmo rigor, a mesma concentração, a mesma dedicação, porque aí depois é que entra o outro lado, que é o difícil, que é jogarmos com uma Roma e a seguir jogar com um adversário que teoricamente é mais acessível. E aí é que entra o outro lado, que é o lado mental, de encarar o jogo da mesma maneira. Mas acredito que o nível competitivo da Liga dos Campeões vai valorizar muito as jogadoras em termos de capacidade, em termos de ritmo de jogo. E depois o lado menta, encarar todos os jogos da Liga com o mesmo rigor, acho que a equipa vai acrescentar em termos qualitativos."
Afirmação de Telma Encarnação? “Eu não gosto de individualizar, nem o vou fazer. Todas as jogadoras este ano têm de melhorar. Todas elas. Porque o que nos interessa a nós é o coletivo. Seja quem for, se não tiver a cumprir as suas funções, não vai jogar. Se tiver a cumprir, vai jogar mais vezes. E se corresponder no jogo, está sempre mais próxima daquilo que nós pretendemos. Portanto, aqui é sempre o coletivo. O coletivo é que é importante, independentemente de quem faça golo, quem não faça, mas o importante aqui é o coletivo."
Por Filipe Balreira