João Gião deixou rasgados elogios a Salvador Blopa, ala dos leões que recentemente se estreou na equipa principal e que ontem renovou pelo clube até 2030. Em entrevista à Rádio Renascença, o técnico do Sporting B foi questionado como tem gerido a ascensão meteórica do jovem de 18 anos, que se estreou na equipa principal com dois golos na goleada (5-1) frente ao Alverca para a Allianz Cup, explicando que a "mentalidade" é provavelmente a sua "maior arma".
"A malta normalmente diz que a maior arma dele é o físico, porque ele fisicamente é incrível e tecnicamente é um miúdo que percebe muito bem o jogo, mas a maior arma dele é a mentalidade. É um puto com uma mentalidade espetacular, tem muita ambição, mas é muito humilde e continua a respeitar os colegas mais velhos que tem na equipa B, porque alguns são de uma geração 2 ou 3 anos mais velha que a dele e ainda não tiveram a possibilidade de se estrear no Sporting – alguns se calhar nunca se vão estrear no Sporting –, mas ele continua a olhar para eles com o mesmo respeito, como se já se tivessem estreado e ele não", revelou.
"O Flávio [Gonçalves] também, mas o Blopa é um miúdo com muito mérito pela forma como tem lidado com isto. Logicamente que às vezes não é fácil jogar a Liga dos Campeões a meio da semana, jogar com o Brugge a meio da semana e de repente vem para baixo, treina uma vez, autocarro, Felgueiras, campo, 'onde é que estou'? Isto não tem a ver com o facto de ser humilde ou não, mas ele tem lidado muito bem com isso. É muito mérito dele, é um miúdo com uma cabeça muito boa. Sabe muito bem o que quer, percebe muito bem o que correu muito mal com casos semelhantes, por isso tem sido relativamente fácil gerir, mas é muito mérito dele", reforçou.
Derrota com o Vizela impediu... cervejinha
O líder da equipa secundária verde e branca, atual 2.ª classificada da 2.ª Liga com os mesmos pontos do líder Marítimo, abordou ainda a derrota sofrida (0-1) na última jornada em casa, diante do Vizela, confessando como se sente após perder e fazendo também uma revelação... curiosa.
"Esta derrota teve coisas boas e coisas más. Muito mais más que boas, mas a única coisa boa foi chegar ao fim e ter um funeral no balneário, isso é bom sinal. É sinal que há mentalidade ali dentro, porque as expectativas foram-se gerando, muito por mérito do que eles foram fazendo. O resultado não é de longe nem de perto o primeiro objetivo de uma equipa B, mas o que é facto é que em função do que fomos fazendo conseguir fazer, o sentimento de derrota hoje em dia é de muita frustração e ontem parecia realmente um funeral. Para mim foi a única parte boa que tirei do resultado de ontem", sublinhou.
"Como é que lido? Com muita azia, tenho umas horas de 'pré-depressão' e depois a vida tem de seguir, temos de olhar para aos factos e para o que conseguimos controlar, pegar naquilo que aconteceu e seguir. Infelizmente não deu para beber uma cervejinha a seguir ao jogo, que é o que normalmente faço quando ganhamos. Tivemos de ir para casa, com a família aturar-me, e depois as horas vão fazendo milagres. Mas temos de seguir e começar a pensar efetivamente no que temos de fazer", terminou.