Confirmou-se a previsão e o Vitória continua com a corda toda neste início de época, com destaque para as mesmas duas figuras do triunfo em Barcelos. Bernard e Hernâni voltaram a partir a loiça toda, desta vez com o jovem ganês a protagonizar a finalização, marcando dois golos, mas pelo meio com muito futebol. Inteligente e astuto, Bernard só tem de afinar a pontaria nas bolas paradas para se transformar no verdadeiro craque desta equipa, enquanto o velocista Hernâni apenas necessita de dosear um pouco a velocidade.
Dois protagonistas, enfim, de uma equipa obviamente fogosa e com poder de fogo bem assinalável, até porque aproveitou praticamente todas as grandes ocasiões que construiu. Claro que no meio disto já aparece uma verdadeira equipa, com Cafú e André André a comandarem de uma forma muito simplista e eficaz as operações no centro do terreno.
A vitória de ontem até podia ser mais robusta, mas também seria um castigo ainda mais severo para um Penafiel que, a espaços, ainda conseguiu controlar as operações. Ricardo Chéu mexeu muito no onze que perdeu na ronda inaugural, frente ao Belenenses, povoando um meio-campo com mais poder de choque, mas o problema esteve, acima de tudo, na falta de profundidade.
Rabiola esteve sempre muito sozinho lá na frente, a equipa deixou-se “partir” com as movimentações constantes de Bernard e André André, mas conseguiu até criar a primeira ocasião aos 12’. Aí Moreno foi capaz de impedir Rabiola de desviar ao primeiro poste, num momento que acabou por ser importante para o jogo.
Cavalgada
O Vitória como que acusou o toque e assumiu claramente o seu favoritismo, com Bernard a abrir a contenda de cabeça, respondendo a um livre de André André, seguindo-se um desvio de Defendi que bateu na barra da baliza defendida por Coelho. Entretanto, Hernâni teve duas das suas “cavalgadas” a esticar a corda e o início do segundo tempo voltou a ter um Penafiel mais cioso, quase ferido no seu orgulho, mas sem resultados práticos.
Para amostra, apenas há uma cabeçada de Rafa, que saiu ligeiramente ao lado. Isto logo aos 47’. A partir daí, só deu mesmo Vitória, com Bernard a aproveitar uma clamorosa balda da defensiva duriense, a passe de Hernâni, e este mesmo, já em cima do fim do jogo, a inventar uma primorosa assistência para o golo de Tomané. Tudo sem deixar dúvidas: Vitória superior e Penafiel a ter de rever a matéria...
MOMENTO
Hernâni passou por Paulo Grilo, cruzou e a jogada parecia controlada por João Pedro, mas este falhou e Bernard fez o 2-0 aos 68’.
NÚMERO
10 Um dado que engana. O Penafiel ganhou mais cantos do que o Vitória, mas cinco deles foram consecutivos na 1.ª parte.
MELHOR EM CAMPO
Bernard. Tem a cara de um menino de 19 anos. Está em Guimarães desde 2012 a ser preparado para isto. Grande técnica, visão de jogo e bem a finalizar. Temos craque. Falta saber até quando...
ÁRBITRO
Pedro Proença (4) já sabe que só a sua presença é sinal de respeito, mas não facilitou no capítulo disciplinar, punindo sempre as entradas mais ríspidas. No capítulo técnico, não há lances a provocar grande polémica. Seguro e sereno.