Através do vice-presidente e administrador da SAD Luís Mendes, o Benfica mostrou-se favorável, "por princípio", à negociação da centralização dos direitos de transmissão do campeonato, mas lembrou que as águias se recusam a sairem prejudicadas desse processo. "Não podemos admitir que os nossos orçamentos sejam reduzidos por via da redução de receitas dos direitos de transmissão", afirmou o dirigente, à BTV, durante a explicação das contas da SAD das águias.
Luís Mendes garante que o Benfica "é parte da solução e nunca parte do problema", mas deixou reparos às atuais condições da prova. "O que temos de perceber muito bem é o que a Liga está a fazer no sentido de capacitar os nossos concorrentes, os clubes da chamada classe baixa e da classe média, para que haja progressão social", referiu, com exemplos: "O que verificamos ao longo dos jogos disputados fora de casa é que os estádios não apresentam condições condignas para receber os adeptos, na esmagadora maioria não têm boas acessibilidades. Muitas vezes os relvados não estão em condições, e tudo isto não contribui para entregar um produto verdadeiramente atrativo, suscetível de ser adquirido noutros mercados, além do português."
O dirigente reforçou que o Benfica é um clube "habituado a chegar a fases da Champions como os quartos-de-final", onde encontra adversários "com orçamentos muito superiores", daí dar ênfase à importância de estudar os valores em cause no que toca à centralização dos direitos. "Ter redução de verbas nesta matéria implicará perda de competitividade em termos internacionais", sustentou.
Por Rafael Soares