"Um exemplo dentro e fora de campo". Foi assim que José Augusto, antigo jogador do Benfica, definiu Mário Coluna, que faleceu esta terça-feira. O antigo colega do Monstro Sagrado recordou Coluna com saudade e tanto falou dos golos dentro de campo como da calma fora dele.
"Coluna é inigualável dentro do Benfica e no futebol português. Lembro-me de tudo do melhor. O Coluna, além de um excelente colega e excelente jogador, era um líder. Tenho as melhores recordações: jogos dos campeonatos europeus, as 5 finais europeias... Foi toda uma vivência", contou a Record.
José Augusto, agora com 76 anos, definiu Coluna como um "exemplo" pelo que fazia dentro e fora de campo. Não só pelos golos, mas também pelo cuidado e preocupação com os mais novos.
"Foi sempre um colega extraordinário. Era calmo, tolerante, falava pausadamente. Lembro-me de quando íamos aos treinos do Campo Grande, com os juniores, do aconselhamento que ele dava aos miúdos, da forma como falava. Era um exemplo, sem dúvida nenhuma. Sempre foi um líder dentro e fora do campo", explicou.
Quanto ao desempenho de Coluna dentro das quatro linhas, José Augusto falou "das finais diante do Real Madrid e Barcelona, dos golos que marcou". A antiga glória das águias destacou mesmo que, juntos, "viveram períodos extraordinários".
"Morte tão sentida como a de Eusébio"
Os calendários marcavam o dia 5 de janeiro deste ano quando Eusébio faleceu. Agora, depois da morte de Coluna, José Augusto considera que partiram "dois amigos" e comparou o golo de Markovic ao V. Guimarães desta segunda-feira aos melhores momentos de Eusébio e Coluna.
"No espaço de um mês e meio perdemos dois amigos, dois grandes jogadores e principalmente símbolos do Benfica. A morte do Coluna é uma morte tão sentida como a do Eusébio. Não só para nós, mas para todos aquele que o viram jogar. Ainda ontem, o golo do Markovic fez-me lembrar os golos deles. Aquelas jogadas repentinas, a galgar terrenos e adversários", comentou, antes de finalizar com uma última homenagem.
"Deixo uma mensagem de saudade, de fraternidade. Foi sempre uma convivência de amizade, respeito mútuo. Que Deus o tenha ao seu lado", lembrou José Augusto.