Roger Schmidt: «Vejam o Man. City, os avançados deles não são preguiçosos»

• Foto: Tony Dias / Movephoto

Questionado sobre se no futebol atual é possível triunfar sem utilizar todos os jogadores no processo defensivo, Roger Schmidt referiu que no seu estilo de jogo é algo impossível e até aproveitou para dar dois exemplos da sua ideia: o Man. City por um lado; o Paris SG por outro.

"Para nós é impossível. Se quisermos jogar na nossa forma, não podemos deixar jogadores de fora do trabalho sem bola. Quando queremos pressionar, tem de ser alto, logo nos atacantes. Num futebol moderno, precisamos de onze jogadores que sejam fiáveis no comportamento tático. Cada vez tem quase de fazer a mesma coisa. Os defesas são os mais envolvidos nisso, mas espero a mesma coisa dos atacantes. O mesmo mindset, mas dois niveis à frente. Vejo muitos bons exemplos: se olharmos para o Man. City, que venceu no ano passado a Premier League e a Champions, os jogadores de ataque deles não são preguiçosos. Estão sempre atrás da bola e fazem a diferença porque têm qualidade individual. Se virem o Paris SG, uma equipa que defrontámos na época passada, com Mbappé, Neymar e Messi na frente, mas eles não fazem nada para recuperar a bola. Com esse pensamento podem ganhar a Ligue 1, mas no futebol internacional precisamos de todos", explicou.

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Com experiência em vários campeonatos, Roger Schmidt assume que o futebol português não é tão diferente dos demais pelos quais já passou na forma de jogar, especialmente no que ao contra-ataque diz respeito. "Quando jogamos na Luz, normalmente temos mais posse de bola. A equipa adversária quer sempre recuperar para ter o contra-ataque e o nosso objetivo é sermos bons na posse. Temos de ter cuidado ao perder, estar sempre bem organizados. Se temos muitos jogadores no ataque - algo que costumamos ter -, temos de estar bem organizados para parar os contra-ataques. A nossa melhor arma é a pressão para recuperar a bola. É a melhor forma de evitar os contra-ataques. Acho que já marcámos muitos golos desta forma. Na minha experiência, nas outras ligas, para estas equipas mais fortes no geral tem de haver maior cuidado. Mas não é apenas em Portugal. Na China, Áustria ou Alemanha não senti grande diferença."

De resto, olhando precisamente à sua carreira, o técnico alemão assume que está sempre num processo de evolução. "Mudo sempre um pouco. Quando comecei a minha experiência, nunca me quis tornar num treinador, foi o destino. Comecei nos amadores, na Alemanha. Conheço o futebol desde o amador e subi. Agora em diferentes países. Durante esse tempo desenvolvi experiência. Começamos a perceber o que funciona ou não. O meu treino é diferente, especialmente porque nos últimos anos treinei equipas que jogam no futebol internacional. Jogar apenas ao sábado ou jogar sábado e quarta é algo diferente para um treinador. Neste último caso não há mais treino de equipa. Temos de fazer tudo na pré-época, pois durante a temporada estamos a jogar e a recuperar. Os treinador têm de fazer treinos de manutenção. É uma tarefa completamente diferente quando temos toda a semana para preparar. A minha ideia no que diz respeito ao futebol é mantê-lo simples. Somos uma equipa de futebol, o mais importante é ganhar jogos. Não devemos complicar as coisas. Mudamos coisas nos treinos, mas não deve haver demasiada mudança. Temos de trabalhar muito próximo da tarefa do fim de semana. Isso é importante para desenvolver os jogadores. A pré-época tem de ser uma boa base para a temporada em termos táticos e físico. Se falha algo na pré-época, se temos jogos internacionais, é muito difícil recuperar isso na época. A pré-temporada é crucial para ser bem sucedido durante toda a época".

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Por Fábio Lima
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