Em mais uma ação de campanha tendo em vista o ato eleitoral agendado para 25 de outubro, Rui Costa marcou presença, esta sexta-feira, no jantar de aniversário da Casa do Benfica de Vila Nova de Gaia. Perante uma sala com mais de 200 pessoas, o atual líder encarnado, e candidato a novo mandato, aproveitou a ocasião para anunciar Nuno Catarino, atual Diretor Financeiro da SAD, como o seu vice-presidente para a área financeira do clube.
Já durante o discurso que abriu o evento, Rui Costa aproveitou para passar em revista os últimos quatro, reconhecendo que "quatro títulos é pouco", lembrando também que "houve muita coisa bem feita".
"Estamos prontos para naquilo que não foi bem feito, recuperar, emendar, seguir em frente, lutar e fazer do Benfica cada vez maior. Jamais estaria perante vós se não tivesse a consciência plena de poder fazer um bom trabalho no Benfica. Não seria egoísta a esse ponto. Por isso que estou cada vez com mais força para afrontar os próximos quatro anos. Quatro anos que serão de grandes desafios para nós, onde o principal será ganhar", frisou.
Voltando a mencionar a meta de alcançar os 500 milhões de euros de receitas anuais e o objetivo de ultrapassar os 500 mil sócios, Rui Costa defendeu também o projeto Benfica District, sublinhando que "será uma realidade para fazer crescer o clube". "Se há pessoas com medo de fazer crescer o Benfica, eu não o tenho", garantiu, frisando que, apesar das muitas perguntas sobre o passado, apenas quer "olhar para o futuro".
Discurso de Rui Costa na Casa do Benfica de Vila Nova de Gaia:
"Não me esqueço que foi até da casa de Gaia que eu parti há quatro anos atrás e talvez tivesse levado um dos maiores banhos de benfiquismo da minha vida. Eu tive a certeza que naquele dia eu não podia fugir desta missão. Estava no meio dos Benfiquistas como estou hoje e não há nada melhor para mim do que estar no meio dos Benfiquistas. Não há nada melhor do que isso.
Não foram quatro anos fáceis para mim e apresento-me perante vós, com a humildade de reconhecer que quatro títulos é pouco. Quatro títulos nos últimos três anos, embora os três anos anteriores tenham sido só com uma Supertaça. Não faço de derrotas, vitórias. Foi pouco, mas também sei aquilo que eu fiz durante estes quatro anos. Se me apresento aqui com humildade de reconhecer isso, também me apresento com a força, e vocês dão-me essa força, para seguir em frente.
Como eu disse num discurso de recandidatura, no Benfica não se desiste e eu nunca irei desistir do Benfica. Esta é a minha grande paixão, é o meu grande amor, e enquanto eu tiver força estarei aqui com a responsabilidade de saber o que é representar o clube, o que é que é ser presidente do Benfica. Se estes quatro anos não foram fáceis e tiveram poucas vitórias, também tiveram muitas coisas positivas. Sei que concordam, porque caso contrário não estariam a apoiar-me da maneira como vocês estão. Houve muita coisa bem feita e que nós queremos dar seguimento. Estamos prontos para naquilo que não foi bem feito, recuperar, emendar, seguir em frente, lutar e fazer do Benfica cada vez maior.
Jamais, apesar do meu amor pelo clube, jamais estaria perante vós se não tivesse a consciência plena de poder fazer um bom trabalho no Benfica. Não seria egoísta a esse ponto. Por isso que estou cada vez com mais força para afrontar os próximos quatro anos. Quatro anos que serão de grandes desafios para nós. Onde o principal será ganhar. Ganhar em tudo, ganhar cada vez mais, porque se ganhámos pouco neste mandato, criámos os alicerces para ganhar. Quando não ganhámos, estivemos lá para ganhar e ninguém nos pode acusar do contrário disso.
Sei o que modificámos no clube, sei que o fizemos crescer em várias áreas. Não vou parar. Ganhar será o nosso primeiro foco. Muito se tem falado das finanças do clube. Não deixa de ser curioso para nós, como é que o clube que mais se fala financeiramente é o clube que está mais tranquilo financeiramente no nosso país.
Recuperamos, porque em todas as áreas do nosso clube nós tivemos crescimento de receitas. O objetivo desta direção, e isso será cumprido, porque tem plano para isso, já o iniciou e já deu os seu resultados, é chegar aos 500 milhões de receita. Não me podem pedir que eu deixe de investir no clube. Porque uma das minhas premissas, disse-o em Gaia há quatro anos, é que a parte financeira do clube estará sempre a servir o lado do desporto e não ao contrário. Farei-o novamente, consciente da responsabilidade e nunca pondo em risco a situação financeira do Benfica.
O objetivo é os 500 milhões de euros em receita anuais. Não saem ao acaso, saem de um plano traçado, por uma pessoa que em um ano do Benfica nos tem dado muito. Pelo seu grande profissionalismo, pela sua grande capacidade, pelo seu grande benfiquismo. Essa pessoa é Nuno Catarino. Aproveito aqui na casa de Gaia para anunciar que o vice-presidente para a área financeira será o Dr. Nuno Catarino. Outro objetivo claro e inequívoco é chegarmos aos 500 mil sócios. O crescimento que nós temos vindo a ter ao longo destes anos permite-nos pensar assim, permite-nos pensar que a nossa família está a crescer ao ritmo que chegaremos este número. Ultrapassámos este ano os 400 mil, estamos a caminho dos 500 mil e o objetivo é chegar efetivamente aos 500 mil sócios.
Temos pela frente um desafio enorme e que pertence a estes 500 milhões de euros que nós queremos chegar anualmente, que são os direitos televisivos. O Benfica não pode sair prejudicado desta situação e garanto que não vai sair prejudicado desta situação. Temos já propostas dos 2026 a 2028 que nos permitem, pelo menos, não perder em relação àquilo que nós temos hoje e não vamos perder. Não aceitámos estas propostas para já porque entendemos que podemos chegar mais longe, porque entendemos que o Benfica sozinho vale mais que todos os outros. Não é uma vaidade, é uma realidade. Essa matéria vai ser defendida até o limite. Temos estes contratos para fazer de 2026 a 2028. Não sei como será a lei em 2028, mas sei que essa lei não pode e não vai prejudicar o Benfica.
O Benfica District não é um desenho, nem um boneco, será uma realidade para fazer crescer o nosso clube, para termos cada vez mais orgulho na nossa casa. Não vai só embelezar o estádio. Servirá para dar melhores condições aos nossos adeptos, para aumentar a capacidade do estádio para 80 mil lugares. Vamos ter melhores condições melhores para as modalidades, com três pavilhões, um deles uma arena gigante que servirá também para concertos. Fará crescer muitos áreas fundamentais do Benfica. Terá a componente financeira, porque temos a estimativa de um lucro anual de 40 milhões de euros. Se há pessoas com medo de fazer crescer o Benfica, eu não o tenho. É um projeto que não tem qualquer relação com as equipas. O Benfica não vai deixar de investir no futebol e nas suas modalidades por causa deste projeto.
Nas entrevistas perguntam muito pelo passado, mas eu só quero olhar para o futuro. O passado não pode ser esquecido, mas deixem-me olhar para o futuro."
Por Marques dos Santos