Não precisou de entrar numa cabina telefónica para vestir o fato de super-herói. Fê-lo em plena área do Olympiacos, dando o corpo a todas as balas disparadas pelos atiradores do Benfica. O homem de quem se fala é Roberto, guarda-redes cedido ao campeão da Grécia pelo Atlético Madrid e... pelo clube da Luz.
A equipa de Jorge Jesus saiu do Georgios Karaiskakis de mãos a abanar e com o apuramento para a fase seguinte da Liga dos Campeões muito tremido, devido, fundamentalmente, à exibição do guardião espanhol, que sobreviveu ao tiroteio dos encarnados. Sete foram os disparos com selo de golo que o camisola 16 rechaçou com as mãos, os pés, a canela e até com o peito, frustrando as expectativas dos artilheiros. Cardozo, Markovic (duas vezes), Sílvio, Enzo e Djuricic (duas vezes) bem tentaram, mas não conseguiram enviar a bola para o fundo da baliza. Segundo a estatística oficial da UEFA, o guarda-redes, de 27 anos, efetuou oito defesas (uma delas não era bola de golo), sofreu uma falta e viu um amarelo, percorrendo 4.765 metros. Ainda de acordo com os números da UEFA, Kozacik, o guardião do Viktoria Plzen, fez ontem, diante do Bayern, mais uma defesa (9) do que Roberto, mas a sua exibição não contemplou tantos golos evitados.
Contas
O Benfica ficou pela segunda vez “a zero” nesta época (a primeira fora em Paris) e complicou imenso a continuidade na Champions, estando agora em desvantagem no minicampeonato com o Olympiacos (1-1 e 0-1), o primeiro critério de desempate. Se o clube grego vencer qualquer dos jogos que lhe restam disputar, ficará imediatamente qualificado, pois totalizará 10 pontos, pontuação máxima que o Benfica pode alcançar. O PSG tem já 10 pontos e clara vantagem (3-0) no minicampeonato com a águia.