O nome de Antero Henrique continua bem presente na campanha à presidência do FC Porto. Há dias foi Pinto da Costa quem revelou que o seu antigo CEO, na SAD azul e branca, é visita de casa e que, através da sua filha, Joana, tentou demovê-lo a avançar para nova candidatura. Já este sábado, em Espinho, foi Villas-Boas quem foi questionado sobre o mesmo agente.
"O Antero Henrique terá sido dos melhores profissionais que vi no fenómeno do futebol, com uma visão única. A sua carreira evoluiu de tal forma que agora opera de forma superior. É meu amigo, esteve nos meus 40 anos, foi um CEO que tentei levar para todos os clubes onde estive e nunca consegui. Não está vinculado ao FC Porto atualmente, não estará no futuro. É e continuará a ser meu amigo. Se o puder usar para ter sugestões para o futuro, com certeza que o usarei", garantiu Villas-Boas, que falou de muitos mais temas.
Auditorias podem manchar nome de Pinto da Costa?: "Acho que é uma obrigação de uma nova direção analisar qual é a situação atual, o porquê de determinadas perdas de valor. O que eu quero é saber as coisas que não posso voltar a fazer, desconfio que sejam determinadas coisas, mas vou à procura de saber quais são realmente. É por isso que temos o estádio mais cheio e com menos dinheiro a entrar nos cofres do clube. Encontrar os culpados e as razões. O mesmo relativamente à equipa B, perdemos muito dinheiro em comissões com jogadores que jamais renderam no FC Porto. Tenho que ir ao encontro destas razões. Serei implacável com qualquer pessoa que tenha lesado o FC Porto. Não o farei para tocar no legado de Pinto da Costa, mas qualquer empresa tem de entrar nestas diligências. Ninguém é mais importante do que o clube, também me fizeram aprender isso. Quantos treinadores, jogadores que tanto deram ao clube são depois tratados como visitantes? Não há tratamento diferente nessas situações, se ninguém é maior do que o clube, isso aplica-se também à pessoa que nos deixou este legado."
Divisão dos sócios: "Toda e qualquer eleição num clube onde todos têm o mesmo propósito, leva a que se escolha entre o melhor projeto. São divisionistas por natureza, se depois os adeptos do FC Porto não conseguem ver o bem comum, que o bem maior são as vitórias do FC Porto... Estamos a viver uma época que nunca vivemos na história do clube. Pessoas aqui viveram 1982, eu não tenho memória, quem o viveu da forma como ocorreu, esse é que foi divisionista, treinadores e jogadores raptados, outros desviados. O verão quente, que ditou, para bem de nós, a escolha de um presidente que nos deixou este legado. Tem de haver capacidade depois para viver o bem comum, todos iremos zelar pelo bom nome e o bem comum do FC Porto."
Remuneração da direção: "Temos um compromisso bem maior do que um corte de 50 por cento. A nossa ideia, no caso da remuneração fixa, é um corte de 50 por cento. Venho para servir os interesses do FC Porto, não para me servir do FC Porto de forma alguma. É preciso pagar o valor da competência, no caso o José Pedro [Pereira da Costa], que aceitou um corte no que recebia atualmente, também vem em espirito de missão. Há competências que se pagam. Remuneração variável só irá até 60 por cento da fixa e só se houver ponderadores positivos na parte financeira e desportiva."
Intervenção no Estádio do Dragão: "Tem sido recorrente essa pergunta. Desde que foi tirada uma foto aérea toda a gente ficou chocada com o estado da cobertura. O estádio carrega em si 20 anos de história e há zonas em que é preciso melhorar, quem anda à volta do estádio percebe. Agora pode haver outras prioridades, mas da nossa casa temos de ser nós a cuidar. Em determinados dias de associativismo pode processar-se a limpeza do estádio. Será que não íamos ter uma boa adesão por parte dos sócios? Podia ser interessante até em termos de união e espírito em torno do FC Porto. Melhoria do Dragão, temos que ter algum cuidado. Cobertura acho que esta numa fase de degradação evidente e pode ter um custo elevado a substituição da mesma."
Por José Miguel Machado