Casagrande teve cãibras mas a estreia até correu bem

Casagrande teve cãibras mas a estreia até correu bem

O encontro em que Casagrande diz ter usado doping pela primeira vez na carreira aconteceu a 11 de janeiro de 1987. O FC Porto, treinado por Artur Jorge, recebeu o V. Guimarães, orientado por Marinho Peres, e empatou 2-2. A equipa vimaranense foi "sempre a melhor" num "grande jogo de futebol", como se pode ler no nosso jornal dois dias depois. O brasileiro marcou o segundo tento portista.

A entrada de Casagrande no onze inicial "surpreendeu" e envolveu "certos riscos" por causa da sua condição física.

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O jornalista de Record António de Sousa deu nota 3 ao jogador: "Uma primeira parte a denotar algumas deficiências, desacerto, falta de ligação. Pôs-se em dúvida se este seria o jogo indicado para a apresentação do reforço brasileiro. Na segunda parte apagou com esponja os aspetos negativos da metade inicial e embalou para uma exibição que teve alguns pontos altos. Chamou a si a autoria do segundo tento azul e branco e cumpriu satisfatoriamente com o que se esperava. Talvez fisicamente ainda não esteja no seu melhor, o que se aceita e compreende".

Casagrande não desgostou da exibição mas prometeu fazer melhor: "Denotei alguma falta de entrosamento, o que é natural porque joguei nesta equipa pela primeira vez. Mesmo assim estou muito satisfeito pelo meu desempenho e pelo golo que marquei e que me encheu de alegria. Já na parte final senti algumas cãibras porque se jogou muito alto e fiz bastante esforço para saltar."

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Os contornos da transferência de Casagrande, confirmada a 13 de dezembro de 1986, surpreenderam para a época: O FC Porto só tinha de pagar o ordenado e ficou com o direito de opção por 10 anos. Os principais encargos da operação  foram assumidos pelo empresário Juan Figer, que entregou logo ao jogador 22 500 contos.

Para Pinto da Costa foi um bom negócio, já que se tratava de "um ordenado médio para o futebol português", ao qual se juntavam "prémios de produção".

Casagrande chegou ao FC Porto com o rótulo de "sindicalista" por se envolver nas campanhas eleitoriais do Partido dos Trabalhadores. Casado há poucos meses com Mónica - professora de Educação Física que jogava voleibol no Corinthians e pai de um menino de nove meses - o brasileiro mostrou-se encantado por se viver no Porto num clima de grande tranquilidade em comparação com São Paulo. Acabou, no entanto, por ficar poucos meses: saiu no final da época e só marcou 1 golo, o do jogo de estreia com o V. Guimarães.

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