Vasco Botelho da Costa projetou, ao final da manhã deste sábado, o encontro com o Estoril. O jogo da 13ª jornada da Liga terá lugar este domingo, pelas 15H30, no Estádio António Coimbra da Mota.
Podemos esperar um jogo parecido com aquele que o Moreirense protagonizou diante do Famalicão?
"Sim, acredito que seja um jogo semelhante pelos padrões das duas equipas, digamos assim. Duas equipas que gostam de jogar, que jogam ao ataque, marcam muitos golos. Sofrem também, no nosso caso, mais do que aquilo que devíamos. Mas, acredito que seja um jogo aberto, com duas equipas a querer ganhar. Um jogo difícil de preparar, o Estoril faz muita coisa diferente. Se por um lado acaba por ser interessante este jogo surgir um pouco mais tarde no calendário, porque nós já passámos por mais situações diferentes, por outro, nunca é fácil ter que ir com bastantes cenários preparados para aquilo que possa acontecer, porque efetivamente, tanto do ponto de vista defensivo, como do ponto de vista ofensivo, o Estoril já apresentou muitas e diferentes dinâmicas. Isso obviamente nos obriga a ter diferentes soluções no bolso. Mas, queremos muito voltar a ganhar, queremos ser muito mais o Moreirense da segunda parte do que propriamente o Moreirense da primeira parte com o Famalicão. Falámos também sobre o jogo, obviamente. Também temos direito ao nosso dia mau, que nem acho que tenha sido um dia mau, foi uma parte má. E, portanto, queremos voltar à consistência a que nos habituámos, é muito nisso que nós estamos focados. Obviamente, respeitando a equipa do Estoril, que, como disse, tem muita qualidade".
Que competências distintas por comparação com o jogo com Famalicão é que o Moreirense tem de apresentar?
"É óbvio que podemos encontrar explicações do ponto de vista tático, do ponto de vista decisional, mas, antes de eu chegar aí, tínhamos um padrão básico. Uma equipa para conseguir ter sucesso num jogo tem que ter uma atitude competitiva e índices de competitividade muito altos. E foi isso que nós acabámos por não ter, de uma forma muito significativa, na primeira parte. Esse é, sem dúvida, o primeiro grande desafio e o primeiro grande passo em frente que temos de dar em relação à semana passada. De resto, como em todos os jogos, sabermos jogar o jogo do ponto de vista estratégico, em função também daquilo que o Estoril fizer para que nós consigamos impor o jogo à nossa maneira, consigamos ser pressionantes. Não é fácil pressionar a equipa do Estoril, mas é aquilo que nós gostamos, é tentar roubar a bola ao nosso adversário, tentarmos ser nós a assumir o jogo. Acreditamos que vai haver momentos em que o Estoril também vai conseguir fazê-lo, demonstrou isso no Dragão, tem capacidade para ter iniciativa. A atitude competitiva é o nosso maior foco para este jogo, sermos aquilo que fomos que nós gostamos de ser".
Conseguiu perceber as razões da má entrada no jogo com o Famalicão?
"Óbvio que nós temos sempre tendência para olhar para as fases e para a forma da equipa, porque isto depois também está associado a fatores como a motivação. Por isso é que é mais simples trabalhar sobre vitórias, normalmente é mais difícil de reagir quando não se ganha tantas vezes, porque depois começa a entrar muita dimensão mental. Agora, nós temos que analisar o jogo como um todo e eu penso que nós não entrámos bem, de facto. Aquilo que nós podemos é fazer uma análise um pouco do cômputo de geral, e nem é preciso recorrer à estatística, porque nós sentimos, nós sabemos a equipa que somos, sabemos a equipa que gostamos de ser, sabemos a equipa que queríamos ter sido. e portanto, lá está. É como a questão de eu ter chegado ao intervalo e, ah, na segunda parte foi diferente, portanto o Vasco foi para cima dos jogadores. Não, zero, foi uma conversa perfeitamente normal, exatamente porque nós sabemos a equipa que somos. Falámos sobre isso e acredito que também já está lá atrás, com as devidas aprendizagens, porque eu não gosto de virar totalmente a página, gosto de escrever uma nova. Com a aprendizagem do passado é que nós vamos escrever a nova página. Agora, estamos conscientes para o valor da equipa do Estoril, não tenho a mínima dúvida. Ao longo de toda a semana trabalhamos sobre isso. Mais do que a questão coletiva, que é uma questão de poder acontecer muita coisa, individualmente tem jogadores de muita qualidade."
O jogo tem algo de especial pelo seu regresso ao Estoril?
"Tem muito, tem muito, não posso mentir. Ainda que eu me considero uma pessoa extremamente racional, e quando ligo o chip do jogo é só isso que conta, obviamente, mas é o clube da minha terra, é o meu clube, onde eu cresci. Olho para a bancada: mais do que ver os adeptos do Estoril, vejo amigos. As pessoas que trabalham no clube são amigos, passei lá muito tempo, cresci ali naquela zona, a minha casa é a poucos minutos. Não vou mentir que é muito especial jogar contra o Estoril. É algo que acaba por ser uma consequência da forma como as coisas acontecera e também fico muito feliz por poder enfrentar o Estoril num clube que também me acolheu de uma forma incrível, um clube em que eu sei que os adeptos têm ótima relação e se dão muito bem, porque eu lembro-me de ver os jogos do Estoril e ver os convívios entre os adeptos do Estoril e do Moreirense. Nada me alegra mais do que voltar com o símbolo do Moreirense ao peito, porque é também um clube especial e que estou a aprender a gostar cada vez mais e onde somos extremamente felizes e bem tratados. Vai ser especial, mas é um jogo que queremos ganhar, porque quem me conhece sabe que essa competitividade nunca desaparece".