A derrota caseira (0-1) sofrida na última jornada frente ao Famalicão já pertence ao passado para Tiago Margarido e para os seus jogadores. O Nacional quer recuperar o rumo dos triunfos, já este domingo, na Reboleira, frente a um E. Amadora que surge motivado pela excelente vitória (3-5) alcançada em Rio Maior, frente ao Casa Pia. “Foi uma semana em que trabalhámos bastante bem, muito afincadamente. Penso que não teve que ver com o facto de não termos ganho o último jogo, mas sim com aquilo que é a ambição deste grupo, em melhorar a cada dia”, disse o treinador, no lançamento da partida com a formação da Reboleira.
Sobre o conjunto lisboeta, o técnico alvinegro foi claro: “Vamos enfrentar um Estrela da Amadora motivado, face ao grande resultado que conseguiram fora de casa, e ainda estão a assimilar processos, com a entrada deste novo treinador. Poderão jogar em 5x3x2, com o Jorge Meireles a trabalhar como terceiro médio, ou até o próprio Jovane Cabral, ou também podem surgir em 3x4x3. Noutros jogos também apresentaram o 4x3x3, conhecemos muito bem a equipa do Estrela e sabemos todas as dinâmicas que nos podem apresentar em jogo. Vamos defrontar um adversário muito motivado, a jogar na sua casa, perante o seu público, mas nós também temos conseguido excelentes exibições fora de casa e pontuámos bastantes vezes. Acredito que será um grande jogo de futebol, onde ambas as equipas se conhecem bem, e será um jogo entretido”.
Muito poder ofensivo
Questionado se na sua memória ainda estavam as dificuldades que o opositor lhe causou na temporada passada, Margarido mostrou-se discordante: “São equipas diferentes em relação ao ano passado. O Estrela perdeu todo o seu meio campo e toda a sua linha defensiva e nós também somos uma equipa diferente, com características de jogo distintas. Já conhecemos o estádio onde vamos jogar, que é um estádio mais pequeno, com uma envolvência grande dos adeptos. Este ano, há um Estrela da Amadora diferente na linha da frente, com muito poder individual, Jefferson Encada, o Sidney Cabral, o Jovane Cabral, o próprio Jorge Meireles, o Abraham Marcus, o Kikas e o Rodrigo Pinho. Estamos preparados para este poder ofensivo do adversário, mas penso que vamos conseguir nivelar ao nível físico e até podemos estar por cima, pois este ano somos uma equipa mais robusta, com mais capacidade de duelo. Serão jogos diferentes onde teremos de ter cuidado com a linha da frente que é capaz de resolver um jogo face às individualidades que tem”.
Acabar com 11
Quando questionado sobre o que estava a faltar à sua equipa, o treinador dos madeirenses mostrou-se preocupado com algumas das arbitragens, que no seu entender já custaram a perda de pontos: “Falta um jogador, que é poder acabar os jogos com 11... Se repararem, tivemos três jogos em casa onde jogámos com menos um jogador durante largos minutos e isso condiciona muito. Já tive oportunidade de falar anteriormente, quase jogo a jogo, e não vale a pena estar a repetir, mas onde foi notório que não fomos tão competentes foi com o Gil Vicente. Ainda estávamos numa fase muito embrionária da época e não estávamos tão preparados. Nos outros jogos não foi assim. Na altura falei que no jogo com o Arouca fomos bem melhor que o adversário e eles acabaram por fazer um golo precedido de uma falta e de forma fortuita. Ganhámos ao Moreirense e perdemos com o Sporting, o que não é nada de anormal. Este último jogo foi com o Famalicão e, quem o viu, percebeu que entrámos mais fortes e superiores durante 70 minutos. Acabaram por marcar na única oportunidade que têm e quando nós estamos numa fase em que vamos reagir ao resultado, temos uma expulsão. Acho que não falta nada à nossa equipa, a não ser, acabar os jogos com 11 jogadores e continuar a fazer o que estamos a fazer. Acho que as circunstâncias dos jogos não nos têm sido favoráveis e isso tem ditado o resultado final. Isto é fazer uma avaliação fria das coisas”.
No entanto, Tiago Margarido não quer atribuir só a perda de pontos a erros de arbitragem: “Não considero que houve culpas só da arbitragem, nem posso reduzir as coisas só a esse factor, mas a verdade é que também há falhas da arbitragem e às quais não nos podemos dissociar delas. Toda a gente percebeu que no último jogo que o segundo amarelo ao Zé Vítor não é amarelo, pois nem sequer é falta. Também toda a gente percebe que há falta no segundo golo do Arouca e todos percebem que o primeiro amarelo com o Sporting é muito forçado. Cabe avaliar a quem de direito e a mim cabe avaliar a qualidade de jogo da minha equipa, mas também tenho a capacidade de avaliar estes constrangimentos e a verdade é que não nos tem sido favorável”.
Francisco Gonçalves hipótese
Com Zé Vítor castigado face à expulsão sofrida no encontro frente ao Famalicão e com Ulisses Wilson e Ivanildo Fernandes, ambos lesionados, restam apenas dois centrais no plantel nacionalista: Léo Santos que tem sido titular e Francisco Gonçalves que até ao momento fez 101 minutos, 90 dos quais na Taça de Portugal. Quando questionado qual seria a sua opção para o centro da defesa, o treinador não abriu o jogo: “Temos outros jogadores no plantel que podem jogar como centrais. A nossa avaliação enquanto equipa técnica não tem nada que ver com a idade, mas sim com aquilo que é o rendimento e tenho a certeza absoluta que ambos podem dar rendimento, porque trabalham todos os dias com a equipa e conhecem bem aquilo que é o nosso processo de jogo. Também poderão jogar outros a central e o Francisco Gonçalves poderá não jogar de início, mas vou deixar para a hora do jogo, pois não vou dar trunfos ao adversário. É uma hipótese ele jogar, mas temos outras”.
Sobre a lesão de Pablo Ruan, Tiago Margarido não se alongou em comentários. "Ainda não sei a 100 por cento qual é a extensão da lesão do Pablo Ruan e quando o nacional assim o entender irá colocar no boletim clínico qual é a lesão e a sua extensão”, revelou, confirmando ainda que “Laabidi vai ser convocado”. A equipa ainda treina no sábado de manhã no Estádio da Madeira, seguindo depois viagem para Lisboa durante a tarde.
Santa Clara a 10 de Janeiro
Os responsáveis do Nacional já mostraram a sua concordância para um pedido efetuado pelo Santa Clara à Liga. Os madeirenses terão de receber o conjunto de Ponta Delgada no próximo dia 28 de dezembro. No entanto, os açorianos já solicitaram a mudança dessa data alegando dificuldades de voos e de alojamento, pois é uma quadra de muito turismo na ilha da Madeira. Assim, a partida deverá ser disputada a 10 de janeiro de 2026, restando agora aguardar pela confirmação da Liga de Clubes.
Por João Manuel Fernandes