Ainda combalido pela eliminação nas competições europeias, o Sp. Braga prepara a deslocação ao Bessa, agendada para esta segunda-feira e a contar para a 23.ª jornada da Liga Betclic. Artur Jorge abordou o duelo com o Boavista, mas também a queda arsenalista aos pés do Qarabag. "Poderíamos ter passado", atirou o treinador do Sp. Braga.
Jogo com o Boavista
"Queremos dar continuidade às duas vitórias que temos. Temos pela frente um adversário muito forte, a jogar em casa é tradicionalmente difícil pela sua qualidade e combatividade. Sabemos que vamos ter dificuldades, mas preparámos isso para superar essas dificuldades."
Como sentiu o grupo depois das declarações após o jogo no Azerbaijão? Pode haver algum impacto físico?
"A verdade é que o contexto da deslocação tem impacto na condição física no treino. A avaliação [referindo-se às declarações] tem a ver com a honestidade e a forma justa com que trabalhamos internamente. O que demonstrei foi o sentimento de toda a equipa, não só do resultado do jogo, mas da eliminatória. Entrámos na discussão da eliminatória e acabámos por hipotecar tudo o que era a continuidade na prova. Temos de virar atenções para o campeonato, para os 12 jogos que faltam e o único objetivo é fazer o nosso melhor."
Bruma pode ser titular?
"Falei com o Bruma. Era um risco, tinha algum défice físico, fez 30 minutos, mais 30 no prolongamento, o que é muito para a sua condição física. Vamos ver como vai recuperar."
Ricardo Horta está apto?
"Estava confiante [para poder utilizá-lo], parecia estar melhor, depois não estava e não posso acrescentar muito. Só na hora do jogo."
O que tem de fazer para sair desta espiral negativa?
"Há um exercício muito fácil que podemos fazer. Como bloco de jogos, em termos de resultados, não é mau. Não pode ser considerado como espiral negativa. Estamos é a vivenciar uma carga negativa de expectativas que tem pesado muito na equipa e temos sentido dificuldades em sair dela. Tem havido pouca valorização em relação ao que temos feito e mais críticas e isso tem tido peso, temos de mudar isso. O que vou exigir, a mim próprio até, é dedicação, ambição e trabalho para atingirmos os objetivos que temos pela frente. Queremos conservar o quarto lutar, mas nunca perder a capacidade de chegar mais longe. Devemos ter essa ambição, mas temos de ser competentes para o conseguir."
Que espera do Boavista?
"É uma equipa muito combativa, tem bons valores individuais, onze forte de base, que tem uma dinâmica interessante e tem uma capacidade de entrega ao jogo."
As críticas aos erros individuais não poderão ter um efeito negativo nos jogadores?
"Aquilo que faço convosco nunca faço antes de falar com os jogadores, que reconhecem isso. Percebemos que temos tido alguns erros individuais e que têm sido por de mais na época. Isto tem feito com que também tenhamos sido penalizados. É uma crítica que faço externamente, mas sou bem mais duro internamente. Não é para nós um tabu e temos de fazer melhor. Cada um de nós. Esse é o desafio que temos pela frente, ir melhorando, não sei se já no Bessa."
Qarabag
"Poderíamos ter passado, face à qualidade do adversário."
Não acha que esta foi das piores eliminatórias da história do clube?
"Não!"
Equipa continua a sofrer golos.
"Temos sofrido muitos golos para o que seria aceitável. Trabalhamos em cima disso, temos falado dos erros individuais, erros coletivos, também poderei ter responsabilidades e há golos que são mérito do adversário. Há uma série de fatores que têm levado a isso. Se antes falávamos que sofríamos, mas marcávamos muito, agora estamos a marcar menos. A verdade é que tem peso emocional. Já mudámos muita coisa ali atrás, mas temos poucos jogos em que não sofremos ou sofremos um golo. Isto é difícil de explicar e fica mais complicado ganhar jogos."
Por José Mário