O Sporting precisou, este sábado, do prolongamento para levar de vencido o P. Ferreira (2-3) e avançar para a próxima ronda da Taça de Portugal. Após o apito final, Rui Borges não escondeu que não desejava ter ido para lá dos 90 minutos, mas mostrou-se feliz pelo "compromisso muito bom" da sua equipa.
"Sabíamos que ia ser difícil. São jogos de Taça. Sei bem porque vim de escalões inferiores e sei qual a motivação. Uma equipa difícil de ser batida, muito bem organizada, comprometida. Tiveram a sorte, e nós a infelicidade, de criar o 1-0 cedo, conseguimos reagir rapidamente. Fomos criando situações. Sabíamos o que íamos encontrar. A malta do Paços muito comprometida, nós acionávamos corredores mas eles criavam sempre superioridade defensivamente. Fomos sempre acreditando, criando situações de possível golo. Às vezes, por desinspiração nossa ou até por inspiração do guarda-redes adversário, foram conseguindo adiar o que queríamos. Corremos muito atrás. São mais 30 minutos de desgaste, mas isso não servirá de desculpa para quarta-feira", começou por frisar, na 'flash' da Sport TV.
Caudal ofensivo foi enorme, mas o Sporting permitiu que o Paços criasse perigo... Houve displicência defensiva? "É normal, somos uma equipa que tem muita gente no processo ofensivo. E é normal haver perdas de bola e não fomos conseguir sempre reagir da melhor forma. Mas senti a equipa com boa atitude competitiva, reação à perda, boa transição, e o Paços acaba por fazer golo numa infelicidade nossa, numa escorregadela do Edu. Não posso criticar a equipa, tiveram um compromisso muito bom. O Paços tem duas situações de golo, faz dois golos. Melhorámos com as substituições. O Ivan [Fresneda] foi muito bom na dinâmica, dá-nos outra capacidade na construção. Fomos acrescentando e melhorando. E, dentro do que criámos, acho que foi mais do que merecido. Infelizmente fomos ao prolongamento, mas é o que é. Dar os parabéns ao Paços".
Acabou por recorrer à carga pesada... Era algo que estava planeado? "Notou-se que o Luis [Suárez] estava amarrado, e depois teve de levar com o prolongamento. Sabíamos que o desgaste na seleção foi enorme, o Geny igual. Tirando isso, a malta esteve muito bem, comprometida, dinâmica. O Ivan entrou muito bem, o Quenda quando passou para falso lateral-esquerdo teve um compromisso enorme. Não podia pedir mais à equipa. Bateu-se bem por um adversário que também se bateu bem e mereceu ir a prolongamento".
Diomande saiu esgotado... "É bom tê-lo de volta, mas ainda não está no seu melhor. E com o desgaste, ainda para mais num jogo de muita transição... Quando já não deu, tivemos de o tirar. Felizmente conseguimos mais uma substituição com o prolongamento e o Matheus entrou muito bem".
Foi um bom aviso aos jogadores? "Eles sabiam isso, até pelos resultados. O Santa Clara foi a penáltis com uma equipa da distrital... Sei muito bem da motivação de uma equipa que vem debaixo. Este é um campo difícil de jogar. Bolas longas criaram sempre problemas e foi esse um bocadinho o jogo do Paços. Adaptámo-nos a isso e a equipa foi comprometida".
Palavras sobre o golo do seu filho... "Feliz por ele, trabalha muito. Sei bem o quão focado é durante o dia-a-dia e mereceu esse golo. Faz por isso também. Feliz por vê-lo crescer. Mais por ser filho de quem é, por tudo o que é como filho e como homem. Feliz por conseguir marcar a história do Alpendorada nesta passagem sobre uma equipa da 1.ª Liga".