António Miguel Cardoso e a venda de 10% de Vasco Sousa ao FC Porto: «Dívida ficou saldada»

• Foto: FC Porto

O presidente do V. Guimarães, António Miguel Cardoso, explicou o negócio da venda de 10% do passe de Vasco Sousa ao FC Porto por 100 mil euros. Numa conversa com adeptos dos vimaranenses, num fórum promovido pela Associação Vitória Sempre, o dirigente abordou o tema que tem gerado críticas à administração da SAD que lidera.

António Miguel Cardoso contou que "o Vitória tem dívidas ao FC Porto, que não são do nosso tempo. Na altura em que tivemos de enviar as contas à UEFA, em maio, já há algum tempo, falámos com o FC Porto e dissemos que não tínhamos condições de pagar o valor em questão e questionámos sobre o que propunham. Há clubes que aceitam fazer acordos, outros que não aceitam. Por esse valor disseram que queriam 50% do passe do Vasco Sousa. Dissemos que não, aceitámos ceder 10% e a dívida ficou saldada. Na altura o jogador estava na equipa B. Se tivesse sido feito hoje, a valorização era maior, na altura foi o que tivemos de fazer para resolver mais um problema. São decisões que temos de tomar. Na impossibilidade de pagarmos ao FC Porto e porque precisávamos de enviar as contas para a UEFA, achámos que passar de 50% para 40% do passe por aquele valor tinha de ser feito. O que preferia, que não tivéssemos pago? Teve de ser feito. Não sei qual será o futuro do jogador. No dia a dia temos de tomar muitas decisões, muitas delas no futuro não fazem sentido. No fim, ter 50% ou 40% vai dar quase à mesma coisa. Se o FC Porto quiser mais percentagem do passe, a conversa é diferente", acrescentou.

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Ao defender-se das críticas aos negócios efetuados no mercado de transferências, António Miguel Cardoso lembrou que o Vitória "tem de vender", apontando novamente à saída de Ricardo Mangas. "Se queremos proteger alguns jogadores, alguém tem de sair. Em último caso, foi o Mangas, um atleta espetacular, sempre trabalhador. Repito, sem problema algum, continuo a achar o mesmo, acho que o Mangas é um lateral-esquerdo. Se não vai jogar na posição porque temos um jogador que está muito bem, quem acredita que iria terminar a época como titular a extremo-esquerdo. Com tudo o que ele fez, não chegou um clube que pagasse 3 ou 4 milhões este ano, acham que vai chegar um clube e dar esse dinheiro para o ano? Acusaram-me de ter sido pouco simpático com o que disse sobre o Ricardo Mangas. Disse o que acho, não estou aqui para ser simpático. Não tenho de tentar ser simpático com toda a gente, tenho de olhar de frente. O Ricardo também era importante, mas protegemos aqueles que achamos serem mais importantes".

O presidente dos vimaranenses entende que o clube continua a ter um plantel com vários jogadores que podem ser rentáveis financeiramente no futuro: "Dizer que só temos dois ou três ativos vendáveis… não entendo. Temos o João Mendes, um dos melhores laterais esquerdos de Portugal… veio para o Vitória a custo zero. E o Samu que veio a custo zero? Tantos jogadores que têm vindo, se calhar há pessoas que avaliam a qualidade dos jogadores", atirou.

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António Miguel Cardoso destacou ainda a ideia de que "dizerem que o que temos feito nos últimos anos é pouco é redutor em relação ao que temos conseguido esconder durante o ano". "Quando é preciso falar sobre coisas importantes, temos de dizer o que se está a passar. Não nos podemos comparar com os outros clubes, porque quando entrámos tínhamos um passivo brutal e não tínhamos receitas. É preciso ver que o Vitória cresce hoje em dia, tem uma estrutura mais profissional, está nos melhores palcos e tem jogadores que pode rentabilizar. Estarmos aqui sem grandes problemas deveria ser um motivo de orgulho para os vitorianos. Acho bem que exista uma voz ativa, que se critique, que haja paixão, mas todos nós temos família. Há exageros. Há formas de criticar, há momentos em que há excessos e temos de nos defender. Tenho o direito de dizer que há limites, também sou uma pessoa".

O dirigente assumiu também que quando o Vitória voltar a ter à disposição os valores relativos aos direitos televisivos, antecipados quase na totalidade pela anterior Administração da SAD, passará a estar "numa situação mais vantajosa, com pelo menos mais sete milhões de euros por ano": "Vamos ter de continuar a vender, mas a partir do momento em que começarmos a receber o dinheiro dos direitos televisivos, vamos vender menos".

Por Bruno Freitas
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