Kika Nazareth despediu-se esta terça-feira do Mundial feminino muito emocionada, depois do empate da Seleção Nacional frente aos Estados Unidos (0-0) que ditou o adeus da equipa das quinas na fase de grupos da competição.
"Acho que temos de sair daqui orgulhosas. Não nos podemos esquecer que jogámos num estádio com 43 mil pessoas frente às bicampeãs do mundo e o jogo foi nosso. Saímos com a certeza que, neste patamar, não podemos desperdiçar as oportunidades que criámos. Também saímos com um sabor um bocadinho amargo. Faltou-nos um bocadinho de sorte, o resto esteve lá. O talento, o trabalho, a equipa, o esforço e a dedicação...", referiu, na zona de entrevistas rápidas.
O que sentiu no remate ao poste da Ana Capeta?
"É perceber que não foi só a [Ana] Capeta, não foi quem esteve lá dentro, quem esteve no banco. Portugal acreditava, acreditou ao último minuto e fizemos por acreditar. Daqui a quatro anos há outro Mundial. As equipas vão ser outras, as jogadores possivelmente também, que é o que mais custa... Portugal está a crescer e acho que temos um grande caminho pela frente, um caminho bonito. Depois deste jogo, isto tem tudo para andar para a frente em Portugal".
Foi injusto?
"Faz parte do futebol. O futebol é relativo, não é certo. Não são só os números, não é a equipa que mais ataca que ganha. E é por isso que é bonito. O futebol acontece, não tem um padrão. Mas hoje não foi bonito. Foi bonito porque fizemos com o que o jogo fosse bonito, mas o resultado não nos deixou com um sorriso na cara. Tenho a certeza que daqui para a frente vamos olhar para este jogo com um grande sorriso e perceber o que fizemos contra as bicampeãs do mundo".
O que fica deste Mundial?
"Tenho dito isto há algum tempo, até antes de nos apurarmos. Este Mundial não foi para mim, foi para as jogadoras que já cá andam há muitos anos a trabalhar para chegarem a este momento. Se Deus quiser, eu hei de ter mais Mundiais pela frente. Se tivesse de escolher uma palavra, seriam todos os nomes desta equipa. Digo isto muitas vezes. O futebol para mim são as pessoas, e saio mais triste daqui por não poder ter mais nenhum Mundial com esta equipa. Claro que isso deixa um sabor amargo. Saber que o próximo Mundial não vai ser com estas pessoas deixa-me assim... O que me faz sorrir mais é tudo o que está atrás das câmaras. São os almoços, as atividades de equipa, as praxes, os treinos. As 'cuecas' [túneis] que eu levo, as que dou... São esses pequenos/grandes pormenores que as pessoas não veem. São pequenas coisas que nos fazem ser grandes dentro de campo", rematou.
Por Record