Rio Ferdinand e o comentário de Amorim sobre Rashford: «Chegou com a arma de 9 mm e fez 'bang'»

Rio Ferdinand considerou no seu canal de YouTube 'Rio Presents' que não há como voltar atrás na relação de Marcus Rashford com Ruben Amorim, depois de o treinador do Manchester United dizer que preferia colocar em campo o técnico de guarda-redes ao avançado inglês.

O antigo defesa dos red devils, agora comentador televisivo, admite que se estivesse no lugar de Rashford não deixaria o comentário do técnico passar impune. Mas apenas se tivesse a certeza de que sempre deu tudo nos treinos e nos jogos... 

"Se eu fosse aquele jogador e o treinador dissesse aquilo sobre mim... O meu coração, o meu orgulho, o meu ego ficariam envergonhados. Alguém questionar o teu empenho, se dás 100 por cento pela tua equipa, sugerir que não te esforças, que tomas atalhos... Todos temos momentos em que não jogamos bem, em que sentimos alguma falta de confiança, mas falta de esforço é algo que não queremos ouvir o treinador dizer sobre nós", acrescentou Ferdinand.

O antigo defesa acredita que as palavras de Amorim foram pensadas. "É um comentário mordaz, porque acho que ele sabe qual será a reação depois disto. Não o diz sem antes pensar 'para onde é que isto vai depois?' Não creio que o Marcus tenha realmente como voltar atrás com este tipo de comentários. Pensa-se 'ele [Amorim] chegou há pouco tempo mas entrou a 'matar'. Puxou a arma de 9 milímetros e fez 'bang'. Não há como voltar atrás. Se o fizer passará a mensagem aos outros jogadores que podem 'tirar o pé do acelerador' e mesmo assim terão um lugar na equipa."

Ferdinand explica que o jogador devia falar publicamente sobre o tema. "Se fosse comigo, se não fosse verdade, disparava para todo o lado. Convocava uma conferência de imprensa e dizia 'não permito que ninguém fale assim de mim'. Mas apenas podes fazer isso se tiveres 100 por cento de certezas de que ninguém te pode acusar de falta de empenho. Estamos num tempo em que tens a possibilidade de comunicar diretamente com os adeptos, de modo a que a história não seja distorcida."

E depois, acrescentou. "Adorava estar à mesa com o Marcus, olhar nos seus olhos e perceber se ele realmente é capaz de dizer isso. Se não conseguir, tem de olhar para si mesmo."

Por Isabel Dantas

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