FIGO (3). Foi de uma importância extrema no triunfo conquistado na Estónia, que deixa Portugal à beira de assegurar a presença no Mundial’2006. Assistiu de forma preciosa Cristiano Ronaldo para o golo do triunfo e acabou por ser dos elementos a transmitir maior acalmia numa noite de nervos. Aos 65’ possibilitou a Pauleta um remate em zona frontal e aos 83’, numa jogada “à Figo”, passou por três adversários e quase conseguia a golo que impediria tanto sofrimento na fase final da partida. Ontem, sem a experiência de Figo, teria sido muito mais complicado.
Ricardo (3). Uma primeira parte descansada, em que o único trabalho a que foi forçado se limitou a algumas saídas a cruzamentos. No segundo tempo manteve-se a toada e apenas nos minutos finais teve uma saída em falso ao esbarrar em Costinha, mas que acabou por não ter consequências de maior.
Alex (3). Comprovou em Tallin as boas indicações que tinha deixado no jogo de estreia com a Eslováquia. Fisicamente num plano acima da maioria dos companheiros, soube atacar pelo seu flanco tentando criar desequilíbrios e notou-se maior confiança no capítulo do passe. E ainda teve de vigiar Kruglov, um dos estónios mais evoluídos tecnicamente.
Fernando Meira (2). Nunca conseguiu esconder um certo nervosismo criado pelo facto de ter perdido disputas de bola com os avançados contrários nos primeiros minutos do encontro. O seu estilo impetuoso desta feita não conseguiu assustar os “gigantes” da Estónia. Recorreu sistematicamente à falta, algumas delas em locais proibidos e que poderiam ter tido efeitos nefastos, mormente na fase final da partida.
Jorge Andrade (3). Foi dos que mais se insurgiu pelas perdas de bola sistemáticas dos avançados lusos e que originavam perigosos contra-ataques da Estónia. Teve de repartir as suas atenções na vigilância a Vikmäe, nas dobras aos laterais e ainda tentar emendar os erros cometidos pelo seu colega no eixo do sector defensivo. Acabou por ser das unidades com menor número de erros cometidos e com maior qualidade exibicional.
Caneira (3). Certinho, procurou sempre cumprir com distinção a tarefa de defender bem que propriamente tentar aventurar-se em acções ofensivas pelo flanco esquerdo. O rápido Terehhov nunca conseguiu passar em velocidade pelo polivalente defesa luso, que se mostra cada vez mais à vontade a actuar nas alas.
Costinha (3). A pressão do adversário com constante recurso a bolas bombeadas para a grande área portuguesa fez com que na maioria do tempo se visse forçado a actuar como central, no auxílio a Meira e Jorge Andrade. O seu reconhecido jogo aéreo foi de uma importância fulcral para que não tivesse surgido maior perigo para a baliza defendida por Ricardo, sobretudo na fase final da partida em que a Estónia usou e abusou de bolas bombeadas para a grande área portuguesa.
Maniche (2). Com o regresso de Costinha à equipa, Scolari optou por mantê-lo em detrimento de Petit mas a aposta esteve longe de ser bem sucedida. Fisicamente não passa por um bom momento e a intermediária portuguesa ressentiu-se da falta do dinamismo que o ex-jogador do FC Porto tem por hábito colocar naquela zona nevrálgica do terreno. Acabou (e bem) por ser substituído a vinte minutos do final.
Deco (3). Tal como tinha sucedido no jogo anterior, coube-lhe a ele ser o primeiro a indicar o caminho da baliza adversária com dois remates perigosos nos primeiro cinco minutos. Tentou pegar no jogo, mas a bola quase nunca lhe chegou em condições. Com a deslocação de Ronaldo para o meio teve que fechar o flanco direito e aí perdeu interveniência nas operações e foi decrescendo o nível exibicional com algumas falhas pouco habituais no luso-brasileiro.
Cristiano Ronaldo (3). Mais uma vez foi ele a desequilibrar com (novo) um golo de cabeça pleno de oportunismo e colocação. Acabou por ser dos mais inconformados mas também dos que mais discutiu em campo, quer a pedir bolas em melhores condições aos colegas quer em pequenas picardias com adversários quando estes recorriam à falta para o parar. Face à inoperância de Pauleta foi muitas vezes o ponta-de-lança de serviço, actuando numa zona mais frontal, mas esteve longe do nível a que tem habituado na Selecção Nacional. Mas a bitola também está elevada, diga-se.
Pauleta (1). Uma verdadeira nulidade numa exibição
confrangedora de um jogador que passa por uma crise de confiança que faz com que não consiga sequer um remate com perigo, mesmo que este seja feito sem oposição e a poucos metros da baliza. A forma como falha o golo aos 65’ é inadmissível para um jogador com o seu cartel. Não foi a referência necessária na área, nem tão- pouco conseguiu segurar a bola de modo a que a segunda linha de ataque chegasse ao último terço do terreno. Scolari teve a paciência e ousadia de o deixar em campo até aos 66’.
Hélder Postiga (1). Se Pauleta não tinha significado perigo para a baliza de Kotenko, o avançado do FC Porto em nada diferiu do colega que substituiu. O único argumento a seu favor é o facto de ter entrado na altura em que a Estónia mais pressionou a equipa das quinas. Mas mesmo assim foi muito pouco para mais de vinte minutos em campo. Basta dizer que neste período de tempo não logrou qualquer remate à baliza de Kotenko.
Petit (2). Se a entrada de Postiga nada alterou, o mesmo não se pode dizer do médio benfiquista. Petit conseguir dar serenidade à equipa, criou pausas no jogo e acima de tudo soube proteger muito bem a bola, uma raridade ontem nos atletas lusos. E ainda teve dois remates perigosos (77’ e 82’), sendo o último defendido com muito acerto pelo guarda-redes contrário.
Tiago (0). Entrou já nos descontos com a missão de queimar alguns minutos preciosos e ajudar a ter maior posse de bola numa altura em que não se podia falhar.