Fernando Santos admitiu que sofreu mais do que esperava para empatar a zero em Itália, num encontro em que garantiu o apuramento para a final four da Liga das Nações. À RTP3
Sofreu mais do que esperava?
"Houve mais sofrimento na 1ª parte, tivemos muitas dificuldades. Sabíamos bem o que o adversário fazia. Tivemos de adaptar alguns aspetos táticos do jogo. Sabemos dos momentos do meio-campo da Itália, ganham muitas segundas bolas. Fizeram isso muito bem com a Polónia. O movimento do Insigne para dentro criava muitos problemas e o Cancelo não fechou sempre o jogo, o que fez com que o Rúben baixasse demasiado. Com isso, o Pizzi e o William não conseguiam controlar os outros três jogadores. Um dos médios fazia um movimento muito vertical, apanhava o Mário Rui em desequilíbrio contra dois jogadores. Tentei passar a mensagem para dentro de campo, chamei alguns jogadores ao pé de mim. Penso que a partir dos 25 minutos, quando perceberam o que estava a acontecer, conseguimos melhorar, mas faltou-nos bola e discernimento. Depois também caímos no exagero de sair a jogar na nossa zona defensiva, perdemos algumas bolas por isso. Quando o jogo está assim e não conseguimos acertar, o que disse ao intervalo é que é preciso chutar para a frente, para o avançado segurar. Ao intervalo as coisas melhoraram, os primeiros 15 minutos já foram mais equilibrados. A partir dai não houve mais sufoco. O jogo ficou equilibrado. A partir daí fomos em crescendo, retirando a bola à Itália, que deixou de ter condições para pressionar e teve decorrer atrás da bola. O resultado acabou por ser justo a partir do momento em que Portugal foi melhor na 2ª parte."
Entrada de João Mário melhorou a Seleção?
"Era importante ter jogadores que tivessem bola. A nossa estratégia não passa por ter o Bernardo Silva a jogar quase como lateral, não é o que pretendemos. Era o que estava a acontecer. Logo aí a primeira troca ao intervalo foi passar o Pizzi para uma zona que ele conhece bem e libertar o Bernardo para zonas interiores. Com a entrada do João Mário, que progride bem com bola, a equipa foi melhorando.."
Há mudança de mentalidade na Seleção?
"A equipa e eu acreditamos, estamos unidos. Temos o objetivo de ganhar, jogar com dinâmica e criatividade, mas também com segurança, paixão e concentração. Os jogadores têm respondido bem. Há que continuar assim. Esta equipa ainda tem muito para crescer, ainda está a cometer erros."
Regresso de Ronaldo?
"Insistir neste tema não vale a pena. Há uma coisa que sempre fiz na minha vida: tudo aquilo que são conversas profissionais, mantenho onde as tenho que manter, ou seja, entre mim, o presidente e o jogador."