Do jogo com o Man. United às drogas e tentativas de suicídio: a história do avançado Liam Hughes

• Foto: Getty Images

Liam Hughes jogava no Cambridge quando o clube do quarto escalão inglês defrontou o Manchester United na quarta ronda da Taça de Inglaterra em 2015. No entanto, meses mais tarde, tudo mudou na carreira do jogador de 22 anos, que foi titular na primeira mão da eliminatóra (0-0). O avançado foi hospitalizado depois de se ter tentado suicidar.

"Na minha cabeça tinha-me convencido de que toda a gente ficaria melhor se eu já não estivesse aqui", começou por explicar em entrevista à ‘BBC’, antes de confessar que a sua saúde mental ficou pior depois de uma lesão grave no tornozelo, que o impediu de jogar a segunda mão em Old Trafford (3-0), e de ter sido pai pela segunda vez: "Toda a euforia e positivismo que sentia, que mascaravam os problemas que tinha com a minha vida familiar infeliz na altura, desapareceram. O meu consumo de álcool piorou. Sentia-me isolado e a minha saúde mental foi-se degradando ao ponto de começar a questionar a própria vida".

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E prosseguiu: "Pedia ao fisioterapeuta e aos médicos de Cambridge para me receitarem analgésicos porque o meu tornozelo estava a ficar pior. Estava a aproveitar-me disso. Guardava-os em casa até ter uma quantidade substancial. Lembro-me perfeitamente da minha primeira tentativa de suicídio".

Em 2017, depois de uma experiência de seis meses na Escócia, voltou a Inglaterra para jogar no Barrow da quinta divisão inglesa: "Ganhava cerca de 1200 euros por semana, mas gastava entre 350€ a 700€ todas as semanas em cocaína. Tomava todos os dias", admitiu. "Cortei-me na cara, apaguei cigarros em mim próprio. Estava a castigar-me". Em 2019 tentou novamente suicidar-se, mas procurou ajuda e acabou por ser internado numa clínica de reabilitação: "Acabei por perceber que podia não ver o dia seguinte".

Atualmente, Liam Hughes tem 31 anos e representa o Worksop Town, do sétimo escalão inglês, e conta a sua história para sensibilizar outras pessoas que estejam a passar pela mesma situação: "Passei do fundo do poço e a bater à porta do inferno para tentar ser um ser humano melhor. Quero que os meus filhos olhem para trás e digam: 'o meu pai lutou pela saúde mental e contra a dependência'".

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Por Record
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