Paulo Fonseca, treinador da Roma, deu esta sexta-feira o testemunho do que se está a viver em Itália. O número de mortes em Itália provocados pela pandemia de coronavírus já ultrapassou, inclusivamente, o verificado na China, que voltou a não dar conta de novos casos no epicentro do vírus. As mortes por coronavírus em Itália chegaram às 3.405 na quinta-feira, 427 a mais que na quarta-feira, tornando este país o primeiro no mundo em número de mortes, à frente da China (3.245).
"Têm sido semanas complicadas, estamos todos em casa. Neste momento, os italianos já se aperceberam que só desta forma é que se pode parar o vírus. Os números continuam a aumentar, há cada vez mais infetados e também mais mortes. Na quarta-feira, por exemplo, morreram quase 500 pessoas, que é um número muito considerável. Existe uma preocupação generalizada da parte dos italianos e há aqui uma tentativa de mudar as coisas. Parece-me que os italianos estão sensibilizados com a situação atual e querem cumprir todas as regras para mudar o rumo deste surto que está a matar muita gente. Só podemos sair para ir ao supermercado, e o mais próximo da nossa residência. A polícia está constantemente nas ruas a controlar as saídas das pessoas e é um momento difícil", afirmou o técnico português, de 47 anos, em entrevista ao site da Liga.
E prosseguiu: "Neste momento, o Governo está a pensar em alargar o tempo previsto para esta quarentena que inicialmente era até dia 3 de abril. Provavelmente será prolongado. Cada vez são mais rigorosos, porque os números têm vindo aumentar. Fala-se aqui que o pico que vai ser no início da próxima semana, mas vejo os italianos unidos a tentar superar este momento. Há aqui uma preocupação do governo para que se cumpram estas medidas e as pessoas estão conscientes que devem cumpri-las".
Paulo Fonseca tem ficado em casa com a família e a treinar, estando em contacto igualmente com os seus jogadores da Roma. "A paragem já vai longa e não sabemos quando iremos regressar. Com esta situação, neste momento, é difícil prever quando vão começar os treinos e os campeonatos. Temos tentado controlar as atividades físicas dos jogadores, facultamos alguns equipamentos aos jogadores, tentamos controlar a alimentação e o peso e todos eles têm um programa para cumprir em casa."
Atento à situação em Portugal, Paulo Fonseca acredita que as pessoas terão de se conscienzializar para o que aí vem. "Tenho acompanhado a situação em Portugal, porque estou preocupado com a minha família, mas são situações diferentes. Portugal está ainda no início deste surto, os números ainda não são tão alarmantes, embora o aumento das últimas horas já seja significativo. Foi assim que começou em Itália. O Governo português tomou as medidas certas para evitar chegar aos números que vemos atualmente em Itália, mas também com o exemplo italiano que está algumas semanas à frente foi possível antecipar algumas etapas. Em Portugal, as pessoas têm de ser consciencializar que só estando em casa é que este problema pode resolver-se. Não sei se o povo português já está consciente do sacrifício que tem de fazer, mas acredito e confio na inteligência dos portugueses e tenho a certeza de que não vão descurar este momento".
E concluiu: "Quero dizer aos portugueses que podem evitar que as coisas cheguem a este ponto. Depende de cada um de nós, basta que cumpram o que lhes é pedido. Ainda estamos no início e ainda temos forma de evitar o que está a acontecer em Itália. Podemos escolher o nosso destino".
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