Depois de os jogadores da NBA terem iniciado um boicote, em protesto contra mais um caso de violência policial nos Estados Unidos, a questão que se colocou na 'bolha' em Orlando foi: acabar a época ou terminá-la por aqui?
A ESPN conta que as reuniões de jogadores que se seguiram foram inconclusivas, pelo que os atletas decidiram pedir um conselho a Barack Obama. LeBron James, que juntamente com toda a equipa dos Lakers e um grupo de jogadores dos Clippers votou contra o reatar da competição, e Chris Paul, presidente da associação de jogadores, foram ter com o anterior presidente dos Estados Unidos.
Obama, um grande adepto da modalidade, aconselhou-os a voltarem. Disse que os jogadores deviam aproveitar este momento para levar a Liga e os donos das equipas a implementarem medidas que tragam mudanças efetivas. O encontro foi posteriormente confirmado pelo gabinete de Obama.
Danny Green, jogador dos Lakers, reconheceu que o ambiente na 'bolha' é "tenso". "Estamos aqui sem as nossas famílias, há dois meses fechados num espaço pequeno. Fechados não, confinados! Os rapazes andam ansiosos, andam tensos. Tivemos algumas conversas e tomámos decisões em apenas um ou dois dias, o que é complicado."
Os jogadores decidiram seguir no conselho de Obama e voltar a jogar, mas a Liga comprometeu-se converter as instalações de todas as equipas nas várias cidades em locais de voto nas próximas elieções, além da criação de uma série de anúncios públicos, a serem veiculados pelos parceiros da Liga, com vista a promover o voto nas eleições locais e nacionais.
"Sabemos que o ato de votar não vai acabar com a nossa dor. Votar não nos vai trazer aqueles que foram mortos pelos polícias que juraram defender-nos. Votar não vai apagar as cicatrizes da escravatura e da segregação. Não pode mudar a nossa história, mas pode mudar o nosso futuro", disse LeBron James, um opositor confesso de Donald Trump.
Recorde-se que os Milwaukee Bucks decidiram não jogar o encontro de quarta-feira com os Orlando Magic, em protesto contra o sucedido a Jacob Blake, um homem negro que foi atingido a tiro, nas costas, pela polícia em Kenosha, no Wisconsin, no último domingo.