Nikita Mazepin, o piloto russo que foi dispensado pela Haas na sequência do conflito na Ucrânia e da quebra do acordo com o patrocinador russo Uralkali, falou à imprensa internacional esta quarta-feira a partir de Moscovo, onde voltou a mostrar o seu desapontamento por tudo o que aconteceu.
"Não houve uma razão legal para a equipa terminar o contrato a partir do momento em que a FIA me deixava correr com a bandeira neutra. Eu aceitei ser neutro, queria assinar uma carta a dizê-lo, mas não me deram tempo. Fiquei sem o sonho pelo qual lutei durante 18 anos da minha vida", explicou o piloto russo, de 23 anos.
"O mundo não é o mesmo de há duas semanas, eu sei disso e entendo, os tempos são difíceis, tenho amigos em ambos os lados do conflito. Não quero falar disso, apenas do que aconteceu na semana passada, quando a FIA e o Conselho Mundial me disseram que podia competir com a bandeira neutra, aceitei-o incondicionalmente. A decisão da Haas de terminar o contrato unilateralmente não foi tomada por causa de sanções, por uma autoridade desportiva, por mim, pelo meu pai ou pela sua companhia. E eu não creio que isso seja bom", acrescentou Mazepin, cujo pai é dono da empresa Uralkali.
O russo conta que Sergio Pérez, Valtteri Bottas, Charles Leclerc e George Russell lhe telefonaram "para dar ânimo e apoio". Mas o mesmo já não se pode dizer da Haas. "A equipa disse-me que se a FIA permitisse, não haveria problema, acreditei nas palavras do [Günther] Steiner, que respeitava como homem e chefe de equipa."
E depois, deixou uma garantia. "Não vejo a Fórmula 1 como um capítulo passado, vou manter-se fisicamente apto para o caso de aparecer uma oportunidade. Não olho para outras categorias."
O piloto disse também que criou uma fundação, 'Competimos como um só', que visa ajudar atletas russos que tenham visto as respetivas carreiras serem suspensas por causa deste conflito.
Por Record