Presidente da Federação de Surf exalta "feito" de Yolanda Hopkins: «Tem sido uma época notável»

Yolanda Hopkins
• Foto: Manel Geada/World Surf League

O presidente da Federação Portuguesa de Surf (FPS) exaltou esta quinta-feira a qualificação de Yolanda Hopkins para o circuito principal da modalidade em 2026, tornando-se na primeira mulher nacional a conseguir este feito.

"É realmente um feito. Falamos da primeira atleta portuguesa a chegar ao Championship Tour (CT), que é o grande objetivo. O que acabou por fazer a diferença pode ter sido o ano que ela tem vindo a ter", avaliou Gonçalo Saldanha, em declarações à agência Lusa.

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No Rio de Janeiro, no Brasil, Yolanda Hopkins rumou às meias-finais do Saquarema Pro, prova das Challenger Series (CS) da Liga Mundial de Surf (WSL), ao vencer a australiana Ellie Harrison, na quarta bateria dos 'quartos', selando uma das sete vagas de entrada na elite mundial em 2026, à qual podem aceder ainda as também portuguesas Francisca Veselko e Teresa Bonvalot.

"O surf feminino português está e tem estado de parabéns, porque tem sido uma época notável das nossas atletas. Isso é fruto de muito trabalho. A Francisca é a mais nova, ao passo que a Teresa e a Yolanda já têm alguns anos de experiência, mas é notável que estejam ao mais alto nível e tenhamos coroado agora a Yolanda", enquadrou o dirigente.

Yolanda Hopkins, de 27 anos e orientada pelo treinador britânico John Tranter, enfrentará nas 'meias' a australiana Sally Fitzgibbons, ex-número um mundial, com as irmãs bascas Annette e Janire González-Etxabarri a definirem a outra vaga na final do Saquarema Pro, quinta e antepenúltima etapa das CS, que promoverão as sete surfistas mais pontuadas.

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"Não deixa de ser caricato que ela não se tenha qualificado por um 'heat' em Saquarema no ano passado e que, querendo tanto vencer uma etapa, esteja agora a um passo disso. Nas meias-finais, vai defrontar a Sally Fitzgibbons, que ficou no terceiro lugar no Mundial, em El Salvador, onde a Yolanda foi 'vice'. Tudo isto é engraçado, mas não passam de momentos. Importa é a forma como tem encarado a época", analisou Gonçalo Saldanha.

Nos eventos anteriores, a olímpica portuguesa foi segunda em Ballito, na África do Sul, e fechou o pódio na Ericeira, sendo igualmente quinta em Newcastle Beach, na Austrália - prova conquistada por Francisca Veselko -, e em Huntington Beach, nos Estados Unidos.

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"Não sei se este feito vem na melhor altura. Isso será a Yolanda a dizer, mas penso que vem numa fase em que a vai motivar para os Jogos Olímpicos Los Angeles2028, que é o nosso desejo, dando ainda um impulso forte às outras duas atletas. A Yolanda tem uma situação peculiar que todos falamos nas equipas nacionais: é a primeira a entrar na água para treinar e a última a sair. Tem essa varinha de condão de estar o máximo de horas possíveis na água", ilustrou o dirigente, apontando à terceira presença olímpica seguida.

Eliminada nos 'quartos' em Tóquio'2020 e nos 'oitavos' em Paris'2024, Yolanda Hopkins imitou os feitos de Tiago Pires, primeiro português a entrar no circuito principal, com sete épocas (2008-2014), e de Frederico Morais, com cinco (2017, 2018, 2021, 2022 e 2024).

"Não se trata de uma guerra de sexos, mas de um bom momento para o surf feminino e podemos sempre catapultar este momento para os nossos estágios com a formação. A Yolanda já era uma referência e veremos quantas atletas mais é que se seguem nesta senda", direcionou Gonçalo Saldanha, sucessor de João Aranha à frente da FPS desde março, apesar de alertar para a "redução de competidores em alguns escalões jovens".

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Por Lusa
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