Em boa hora se deu o regresso das equipas B às competições nacionais. Ao fim de 20 jornadas da 2.ª Liga, alguns jovens jogadores já conseguiram mostrar qualidade e conquistar a promoção à equipa principal.
O espaço competitivo que os atletas adquirem no segundo escalão é essencial para o seu crescimento. Os clubes estão a tirar dividendos das formações secundárias e o reflexo disto também será positivo na prestação das seleções nacionais.
Até ao momento, Benfica e Sporting parecem estar a tirar melhor rendimento das formações B. Na Luz, a equipa de Norton de Matos teve extrema utilidade para preparar a ausência prolongada de Luisão, dando rotinas de jogo a Jardel. Por outro lado, Jorge Jesus apostou em André Almeida e André Gomes, que estão a surpreender pela positiva. O primeiro mostra segurança a defesa-direito ou a trinco, enquanto o segundo é um médio recuperador de bolas com qualidade de passe e instinto finalizador.
A equipa B encarnada tem mais talentos na calha. O médio Miguel Rosa há muito que merece a 1.ª Liga. É um maestro com técnica, rapidez e golos. Pode voar alto e só precisa de uma oportunidade, porque há poucos jogadores portugueses com a sua qualidade na posição. O guarda-redes Mika, o médio Leandro Pimenta e o extremo Ivan Cavaleiro são outros benfiquistas que podem chegar a outro patamar.
No outro lado da Segunda Circular, a equipa B do Sporting, ao contrário da principal, tem tido excelentes resultados. A formação secundária leonina tem uma ótima fornada e é uma das mais fortes da 2.ª Liga. O central Eric Dier, rápido e possante, o defesa/extremo Ricardo Esgaio, habilidoso e com apreciável veia goleadora, e o promissor ponta-de-lança Betinho foram os primeiros a dar o salto.
Em função da difícil situação, financeira e desportiva, em que se encontra o Sporting, promover os bons talentos da formação B poderá ser a solução. O central Pedro Mendes, que até já jogou no Real Madrid, o trinco Zezinho, um pulmão todo-o-terreno, o talentoso médio João Mário, e Bruma, uma pérola de quem muito se espera nas alas, podem ser os senhores que se seguem.
Já o FC Porto tem aproveitado mais a segunda equipa para rodar alguns jogadores da principal. Foi o caso do guarda-redes Fabiano, do central Abdoulaye e dos médios Kelvin e Iturbe, que aproveitaram para ganhar ritmo competitivo na 2.ª Liga. Por enquanto, o brasileiro Sebá foi o único jogador de “origem” da B que já representou a equipa de Vítor Pereira.
Mas desengane-se quem pensa que a segunda equipa portista não tem bons valores nacionais. Tiago Ferreira é um central rápido de enorme potencial que está a evoluir positivamente e o médio Sérgio Oliveira, em quem os portistas depositam grandes esperanças, é um exímio marcador de livres, com técnica e visão de jogo. Apenas precisa de melhorar no capítulo defensivo.
O Dragão está ainda a lapidar outro diamante: o médio-ofensivo Tozé. É um “jogador à Porto” e podia acrescentar algo ao plantel principal. Atua no meio-campo e, sem medo de assumir o jogo, nunca dá uma bola por perdida. De baixa estatura, aproveita a garra, a velocidade e o remate fácil. Tem traços de Deco e Rui Barros. Quem sabe se não está talhado para seguir os seus passos...
Em Braga também há boas promessas na equipa B: Aníbal Capela, Guilherme e Yazalde. No Marítimo, Rúben Brígido e Kukula vão ganhando espaço competitivo, assim como João Amorim e Tiago Rodrigues em Guimarães. E muitos outros jovens começam a brilhar nos estádios portugueses.