As sete vezes que Portugal marcou à Coreia do Norte mereceram o destaque merecido na imprensa mundial, que também dedicou as linhas esperadas a Cristiano Ronaldo e "à coisa mais louca que fez": o golo que teimava em não aparecer.
O "L'Equipe", maior jornal desportivo francês, falava esta manhã do "festival português" e lembrava "o remake de 1966". Ao mesmo tempo reforçava o escândalo que envolve a seleção francesa "em decomposição".
A derrota com a África do Sul acabou por ser o esperado: os jogadores gauleses estão fartos de Domenech, Domenech já não pode consigo mesmo e os adeptos franceses não suportam uns e outros. O suplício acabou finalmente. O problema não foram os golos que não entraram. Foi a novela, cuja rodagem até passou por um destino paradisíaco, com gestos feios a toda a hora. Tudo começou com o escândalo da prostituta menor e depois houve insultos, faltas de respeito no seio do grupo, a expulsão de Anelka e uma vergonha nacional, como Portugal sentiu no Mundial do México em 1986.
Da pouca pontaria (1 ponto e 1 golo) não rezará tanto a história. Para sempre ficam as atitudes. Como a de Cristiano Ronaldo. O melhor jogador de Portugal foi considerado o melhor do jogo no Portugal-Coreia do Norte mas deu o prémio ao companheiro de equipa Tiago. O gesto teve, aos olhos de todos, o mesmo sabor que o golo esquisito apontado aos norte-coreanos.
PS: Apesar da vitória frente aos franceses, os sul-africanos não conseguiram evitar ser os primeiros anfitriões da história dos Mundiais a cair na primeira fase - os mexicanos levaram a melhor na diferença de golos (3-5 contra 3-2). Desta vez Parreira não se ficou a rir.