Os drones não me deixaram ver o jogo. Literalmente. O espaço aéreo fechado apanhou-me em viagem profissional e obrigou-me a imaginar, lá do alto, se o Vitória estaria a voar baixinho ou a levantar voo.
Já em terra, o susto do 0-1 fez pensar no pior,
mas a reviravolta chegou e a vitória soube ainda melhor antes desta longa
paragem que, mais do que um travão, pode ser uma oportunidade.
É verdade que dizem que, depois de ganhar, o ideal é voltar logo a jogar. Talvez. Mas talvez também seja útil parar para pensar, afinar ideias e consolidar processos numa equipa que precisa de crescer.
Ndoye, por exemplo, tornou-se naquela arma secreta que todos sabem que está no banco, mas que aparece para marcar. O estilo pode não ser o mais refinado, mas a capacidade de concretização parece afinada. As crónicas também indicam que Fábio Blanco aproveitou a titularidade para mostrar que quer ser muito mais do que uma promessa. E que bom é ver regressar Samu: acrescenta, naturalmente, qualidade e definição ao meio-campo ofensivo.
Agora segue-se um teste à maturidade: manter o foco, preparar o que aí vem e regressar mais forte. Porque, em Guimarães, voar baixinho nunca chega. Queremos aterrar sempre no topo, mesmo que, às vezes, os drones decidam travar o voo.
E porque, em Guimarães, felizmente nem tudo é futebol, uma última palavra para o polo aquático, por mais uma brilhante conquista — neste caso, da Supertaça. Parabéns!
Por Carlos Ribeiro