Carlos Ribeiro
Cumprida a obrigação de ultrapassar o Mortágua, e olhando para o sorteio com a inevitável confiança de quem vive intensamente o clube, resta-nos continuar a trilhar um caminho que, época após época, desejamos ver coroado com uma campanha convincente. A Taça é terreno fértil para sonhos, mas também para desilusões rápidas, e o Vitória já o sabe demasiado bem.
Por agora, porém, importa fazer um parêntesis na Taça de Portugal e virar o foco para o campeonato. Dois jogos consecutivos em casa, frente ao AVS SAD e ao Gil Vicente, representam uma oportunidade demasiado valiosa para ser desperdiçada. Jogar em Guimarães é um fator determinante, e dois triunfos seguidos devolverão alguma tranquilidade quando nos aproximarmos daquele período do ano em que todos prometemos mudanças.
Pelo meio surge ainda a Taça da Liga, esse modelo esdrúxulo e incoerente que nos empurra para um jogo no Dragão. Sempre defendi que um clube como o Vitória, que nunca ergueu o troféu, deveria encarar esta competição com ambição real. Mas este formato continua a parecer uma pescada que, mesmo antes de o ser, já o era.
Regressemos então ao Estádio D. Afonso Henriques e ao jogo de amanhã - coincidentemente diante do mesmo adversário que o sorteio nos colocou no caminho da Taça. Mantendo a metáfora culinária, diria que “cautelas e caldos de galinha” nunca fizeram mal a ninguém. E, sendo práticos, o Vitória precisa exatamente disso: concentração, rigor e uma subida evidente de nível. Vamos a isso.