Carlos Ribeiro
Carlos Ribeiro Professor Universitário

Sem rede

A imagem de Telmo Arcanjo ao telemóvel antes de entrar é daquelas cenas que o futebol oferece de bandeja à ironia. O Vitória estava sem rede – no jogo e nas ideias – com a intermitência habitual desde o início da época.

A metáfora escreve-se sozinha. Um jogador que tenta ouvir instruções num jogo em que ninguém parecia saber a quem ligar. Talvez a chamada até tenha caído cedo demais, quando o Famalicão assumiu o controlo e o Vitória ficou em modo “sem cobertura”.

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Os números confirmam o desalento: duas oportunidades reais de golo, poucos remates enquadrados e menos faltas do que o adversário. O Famalicão foi pragmático, o Vitória incapaz de encontrar soluções, mesmo vindas do banco.

Este Vitória parece viver numa zona de rede intermitente, onde o sinal entre treinador e equipa muitas vezes perde, onde a ligação entre setores é instável, sobretudo na construção, e onde a energia vai oscilando consoante o jogo. Salvaram-se Diogo Sousa e Juan Castillo como notas mais positivas da tarde. Contudo, é importante assumir que a equipa tentou, e o que escrevi atrás não apaga essa convicção.

No próximo sábado o desafio será ainda maior, mas é precisamente nesses jogos que a cobertura de rede costuma atingir o seu máximo, pelo que seremos sempre capazes de dar uma boa resposta.

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Uma última nota de pesar pelo falecimento do Sócio n.º 1 do Vitória SC. Que o seu exemplo de dedicação, fidelidade e amor ao Clube permaneça como o maior legado que deixou aos vitorianos.

Por Carlos Ribeiro
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