A eliminação do Flamengo da Libertadores em 2024 é mais do que um simples revés, é um verdadeiro golpe no coração dos adeptos. Não se trata apenas de mais uma derrota, mas sim de uma consequência direta de uma gestão mal planeada e de uma sucessão de decisões erradas. Para o torcedor flamenguista, este é um momento difícil de digerir, pois as expectativas estavam no topo, e a frustração agora é imensurável.
É inegável que a actual direção do Flamengo é exemplar do ponto de vista financeiro. A capacidade de gerar receitas, atrair patrocinadores e gerir o clube como uma potência económica no futebol brasileiro é louvável. No entanto, o que tem faltado é uma gestão desportiva ao mesmo nível. O dinheiro pode comprar jogadores, estruturas e criar oportunidades, mas não garante a conquista de troféus, como ficou mais uma vez claro. A eliminação da Libertadores é um reflexo da desconexão entre a força económica do clube e os resultados desportivos.
A contratação de um treinador mal preparado, sem o perfil ideal para liderar uma equipa de ambições tão altas, é apenas um dos erros que culminaram neste desastre. A falta de um plano consistente, que valorize as qualidades do plantel e potencie o talento dos jogadores, mostra que o departamento de futebol está aquém das exigências de um clube com o tamanho e a história do Flamengo.
2024 representava uma oportunidade única para redimir as falhas recentes, mas o que vimos foi mais do mesmo. Um desperdício de recursos, tempo e, mais doloroso ainda, de expectativas. Um clube com tanto talento disponível e com uma estrutura financeira tão sólida deveria estar a disputar títulos ao mais alto nível, e não a ficar pelo caminho de forma tão dececionante.
Neste ponto, a única solução parece ser uma reestruturação total na gestão desportiva do Flamengo. A direcção financeira tem feito um trabalho irrepreensível e, por isso, deve ser mantida, mas o departamento de futebol precisa urgentemente de uma nova liderança, mais competente e alinhada com os objetivos desportivos do clube. Há jogadores que claramente já não oferecem o mesmo rendimento, contratos que não se justificam e decisões técnicas que prejudicaram o desempenho da equipa. É necessária uma reformulação estratégica que permita ao clube livrar-se de pesos mortos e revitalizar-se com contratações mais certeiras.
Eu, como adepto, prefiro menos foco na construção de um estádio próprio e mais foco em ganhar títulos. Afinal, o que fica na memória dos torcedores não é apenas a imponência de um estádio, mas sim as vitórias e os troféus que se conquistam dentro das quatro linhas. O estádio pode esperar, mas a ambição de conquistas, essa não pode ser adiada.
O Flamengo precisa, urgentemente, de voltar a ser competitivo, e isso passa por decisões mais racionais e menos precipitadas no futebol. O clube tem a dimensão e os recursos para continuar a dominar o cenário sul-americano, mas isso só será possível com uma gestão mais eficaz e focada nos resultados. E você? Prefere um estádio novo ou a glória desportiva que o Flamengo tem a obrigação de buscar?
O Flamengo, em tempos de crise, tem de reencontrar a sua essência vitoriosa, e isso começa com decisões mais acertadas e uma gestão desportiva à altura do seu legado.