FC Porto quer matar a Taça da Liga. Mas porquê?!
Disse-o olhos nos olhos a Rui Costa, e a Frederico Varanda, e não foi por falta de noção que o fez. Sabe bem quem pode igualmente ter conveniência no aligeirar dos calendários.
A verdade é que o FC Porto nunca levou esta prova a sério. E agora, convenientemente, quer apagá-la do mapa, como se fosse um incómodo ter aquela estante quase vazia no museu do Dragão.
Mas a verdade é que, nos últimos anos, a Taça da Liga tem ganho corpo e dignidade, popularizou-se entre os adeptos, profissionalizou-se na sua organização e apresentação e, sim, começou a atrair públicos que normalmente não frequentam os estádios, outras marcas/sponsors para o futebol e títulos para os rivais do FCP!
A 'final four' esgotou, mesmo com protestos e ameaças de boicotes das claques. A prova criou um produto televisivo apetecível, mexeu com audiências e antecipou clássicos e dérbis criando um pico de interesse sobre o futebol Português num período em que salvo outras vicissitudes de calendário, esse interesse na Liga Portugal está mais estagnado. E isso incomoda. O argumento do “excesso de jogos” cai por terra quando vemos os mesmos clubes a fazer digressões pelo cachet ou a aceitarem propostas para jogar Supertaças em Riade sem pestanejar.
Claro que há muito a melhorar: prémios baixos, pouca mística, ideias polémicas como a de levar a fase final para fora do país. Mas isso resolve-se com coragem reformista, não com a tática fácil do "mata e foge". No fundo, o que está em causa não é o futuro da Taça da Liga. Todas as grandes ligas têm uma!
O que está em causa é o futuro de um futebol português capaz de conviver com mais competição, mais visibilidade e menos medo de perder o lugar cativo na montra da final, que como sabem todos muito bem, só tem lugar para dois, e o FC Porto não costuma ser um desses.
Se calhar o problema não está na prova. Está em quem não a ganha.