A maioria dos adeptos de futebol não está interessada nos lucros das suas equipas, mas nos títulos. Mas todos sabem que prejuízos significam menor investimento nas equipas, o que conduz a menos vitórias. Os resultados económicos são portanto determinantes. Os resultados do primeiro semestre desta época revelam um indicador importante: o FC Porto tem a folha salarial mais alta (39 milhões em seis meses) e o Sporting (31 milhões) passou a gastar mais que o Benfica (30 milhões) pela primeira vez em muitos anos (já foi o que gastava mais).
Analisemos para já o Sporting: a sua folha salarial quando Bruno de Carvalho assumiu a presidência do clube roçava os 40 milhões por ano, agora está nos 60 milhões, mais quase 50%. Isto significa que Bruno pegou num clube sem dinheiro e, portanto, sem capacidade de competir. Hoje não é assim. Depois de assumir um salário milionário com Jorge Jesus (ele é o ‘jogador’ com o salário mais alto do clube), a equipa reforçou-se com jogadores que ganham muito. Isso significa mais ambição, mas também um risco: tem de ganhar. Não apenas para justificar o investimento, mas para conseguir obter receitas suficientes para cobrir esses custos.
A promessa de Bruno de Carvalho ser campeão não é, pois, apenas uma forma de galvanizar os sócios. É uma necessidade para o próprio clube conseguir aguentar o seu investimento na equipa de futebol. Se não, a equipa terá de mandar jogadores embora. Dos bons.
Por Pedro Santos Guerreiro