Coros revela dados por detrás do recorde nacional de Samuel Barata

A Coros, marca de relógios que há vários meses apoia Samuel Barata, revelou esta semana alguns dados do período de preparação que levou Samuel Barata a conseguir um novo recorde nacional na meia maratona, alcançado durante a preparação para o grande objetivo da época, a Maratona de Valência.

Dos dados apresentados, compreendidos entre maio e finais de outubro - altura na qual o recorde foi batido -, é possível ver-se uma redução significativa do volume e intensidade do treino até agosto, numa espécie de período de recarregar baterias antes da entrada no período de preparação específico. Essa redução levou a quebra na pontuação de aptidão física de base (uma métrica da própria Coros) para um ponto bastante baixo, de 89.

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Com o passar das semanas, com o aumentar de quilómetros e intensidade, esse registo foi subindo, tendo chegado aos 175 a poucos dias da Meia Maratona de Valência. No gráfico abaixo é possível ver-se essa variação, com a barra azul a representar a aptidão de base e a laranja a tendência de intensidade. Com esses dois registos é possível perceber-se que, ainda que não linear, a subida de intensidade acompanhou quase sempre a subida de aptidão base.

Coros revela dados por detrás do recorde nacional de Samuel Barata
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Por outro lado, nos dados apresentados é possível ver-se também uma interessante divisão nas zonas de treino, com mais de 60% do trabalho a ser feito em Zona 1 (a um ritmo mais lento e fácil) e quase 18% em Zona 2. Um dado que pode ser importante para muitos atletas amadores, que mostra que, mesmo os corredores de elite, incluindo os mais rápidos, dão prioridade ao treino nestas duas zonas.

Coros revela dados por detrás do recorde nacional de Samuel Barata

Depois, no dia da prova em Valência, Samuel Barata correu de forma bastante consistente, sem grandes picos de ritmo - o ritmo médio nunca foi mais lento do que 2'50/km -, e durante 70% do tempo em Zona 3. 29% foram feitos em Zona 4. Em termos de cadência também não houve grandes variações, com uma média de 193.

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Coros revela dados por detrás do recorde nacional de Samuel Barata

Uma semana típica de treino

Entre os dados revelados, salta também à vista o exemplo de uma semana de treino de carga máxima (não é referido o momento da mesma, mas aparenta ter sido na semana anterior à meia maratona), na qual o atleta português chega perto dos 190 quilómetros. Os treinos principais, mais focados na preparação específica, são realizados à terça-feira, quinta-feira e sábado, dias nos quais a intensidade é superior.

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Terça-feira: Treino intervalado com repetições de duração variável e intervalos de descanso.

Quinta-feira: Concentrou-se em exercícios de limiar.

Sábado: Dedicado a corridas longas, sendo a sua corrida mais longa de 34 quilómetros (feita em 1:53 horas, a 3'20/km).

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Os outros dias da semana são reservados para corridas de ritmo fácil, apoiando o desenvolvimento aeróbico contínuo. Olhando aos dados apresentados, esses treinos a ritmos menos rápidos variam entre os 10 e os 18 quilómetros, sendo feitos em torno dos 4'10/km a 4'20/km. Significa isso que, em comparação com o registo de ritmo médio da meia-maratona, Samual Barata treinou nesses dias cerca de um minuto e meio por quilómetro mais lento do que aquilo que viria a fazer em Valência. Um dado que, de certa forma, reforça a importância de se treinar mais lento do que o ritmo alvo. E se até os atletas de elite o fazem...

O que se segue?

Depois do recorde nacional da meia maratona em Valência, Samuel Barata voltará à cidade espanhola dentro de pouco menos de um mês, para por lá correr a maratona. Será nova chance para tentar o tão desejado registo de qualificação olímpica, algo que analisando os dados apresentados, e também o recorde conseguido na meia maratona, é algo bastante possível. E por que não apontar ao recorde nacional de António Pinto? A marca a bater são as 2:06.36, conseguidas em Londres 2000. Por referência, na preparação para esse recorde, o antigo atleta português correu 1:00.35 semanas antes na Meia Maratona de Lisboa.

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Todos os dados podem ser consultados aqui.

Por Fábio Lima
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