Final na polémica: World Athletics não proíbe sapatilhas da Nike mas aperta o cerco a novos lançamentos

A World Athletics pronunciou-se esta sexta-feira pela primeira vez de forma oficial relativamente à polémica das sapatilhas com placas de fibra de carbono, anunciando um conjunto de medidas que tem como objetivo "proteger a integridade do desporto". Na prática aquilo que foi hoje revelado é o mesmo que havia sido anunciado na quarta-feira pela imprensa inglesa, mas há alguns pormenores nas conclusões do estudo que prometem ditar muitas mudanças.

Primeiro de tudo convém frisar que este novo regulamento não proíbe os modelos até agora existentes, nomeadamente os Vaporfly 4% ou os Next%, as duas sapatilhas que motivaram a abertura deste estudo de análise, mas a verdade é que os dados agora lançados definem aquilo que está nos modelos da Nike como o limite do qual os novos modelos não podem passar. Mas já lá vamos...

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O primeiro grande ponto de interesse deste novo regulamento passa pela proibição da utilização de protótipos em provas organizadas pela World Athletics. Assim, segundo as regras agora reveladas, a partir de 30 de abril todos os modelos que sejam utilizados em prova têm de estar no mercado há pelo quatro meses. Caso o seu lançamento seja feito num espaço prévio mais curto ou se nem sequer estiver à venda, a sua utilização está proibida. Quer isto dizer que, para utilizarem nos Jogos Olímpicos os novos modelos que têm desenvolvido, as marcas têm de colocá-los à venda até 8 de abril.

Por outro lado, há novas regras para a construção das sapatilhas, nomeadamente na grossura da meia-sola e também naquilo que pode estar nessa zona. Assim, segundo o que foi comunicado, a meia-sola não poderá ter mais do que 40mm, sendo que apenas poderá contar com um placa (de fibra de carbono ou de outro material) no seu interior. No que às sapatilhas de pista diz respeito, será permitida a colocação de uma segunda placa na meia-sola, mas apenas tendo como propósito 'segurar' os 'bicos' à sola, sendo que neste caso a grossura máxima será de 30mm.

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De notar que os juízes das provas passarão a ter o poder de pedir aos atletas para fornecerem as sapatilhas utilizadas em prova para inspeção, isto caso haja suspeitas de que o modelo não obedece às regras.

Estudo assume vantagem

De resto, a equipa de trabalho que auxiliou na elaboração deste novo regulamento assumiu que os recentes avanços tecnológicos ameaçavam a integridade do desporto, pois conferiam uma vantagem injusta a quem utilizava determinado tipo de sapatilhas. Por outro lado, foi anunciado que irá ser formado um novo grupo de trabalho, com a presença de especialistas de vários campos, nomeadamente das próprias marcas, que terá como missão levar a cabo um novo estudo mais aprofundado sobre a matéria e manter debaixo de olho os modelos que forem lançados.

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Nike AlphaFly banidas?

A revelação destes dados pode não proibir a utilização das sapatilhas Vaporfly 4% ou Next%, mas deverá obrigar a Nike a trabalhar numa nova solução caso queira colocar em prova as AlphaFly, o modelo utilizado por Eliud Kipchoge em Viena, aquando do INEOS 1:59 Challenge. É que, para lá da possibilidade de ter mais do que uma placa de fibra de carbono, essas sapatilhas da Nike tÊm uma grossura de meia-sola de 51mm (calcanhar) e 42mm (biqueira), muito acima do que agora foi definido como limite.

A título de curiosidade, as 4% contam com uma meia-sola com 39mm/29mm de grossura, ao passo que as Next% têm 40mm/32mm. Basicamente o novo regulamento parece ter sido feito à medida para que estes dois modelos não sejam proibidos...

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Resta apenas saber quais as especificações técnicas dos modelos desenvolvidos por outras marcas como resposta à Nike, nomeadamente pela Adidas, ASICS ou Brooks.

Por Fábio Lima
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