O ex-avançado fez parte da geração de ouro que venceu o Mundial de sub-20 em Portugal
R - Presumo que a conquista do Mundial sub-20 em 1991 tenha sido o auge da sua carreira, mas como avalia o seu crescimento nos vários escalões?
G - Eu tive a felicidade de, em 1989, participar num Europeu de sub-16 na Dinamarca em que fui considerado o melhor jogador além do melhor marcador com 10 golos em cinco jogos. Apurámo-nos para o Mundial de sub-17 em que ficámos no 3º lugar. Lembro-me que perdemos nas meias-finais com a Escócia, o país organizador, e que o golo sofrido não foi bem legal. A nível de Seleção jovem, estivemos presentes em quase todas as finais e tentámos tudo o que era possível para fazer história por Portugal.
Relacionadas
R - Os elementos dessa dita geração de ouro falavam entre si sobre a pressão que sentiam por essa responsabilidade?
G - Sim, sem dúvida. Desde muito cedo, tínhamos o hábito de conversar e trocar impressões sobre o que fazíamos nos nossos clubes. Eu, principalmente, tentei sempre ajudar os meu colegas em termos contratuais. Eu fui dos primeiros jogadores a ter um grande contrato e, quando ia para a Seleção, falava com eles e fazia com que vissem que era importante termos bons contratos. A nossa relação era muito boa. Tínhamos uma ligação de amizade, companheirismo e, acima de tudo, tínhamos uma equipa técnica com Carlos Queiroz e Nelo Vingada que nos dava todo o apoio.
R - Associa-se muito o crescimento da Seleção a Carlos Queiroz devido à formação. De que forma é que Queiroz se diferenciava para vocês?
GG - Posso dizer que era uma pessoa que geria de uma forma incrível o nosso psicológico. Conseguia-nos fazer ver que éramos os artistas e que o público pagava para nos ver a jogar. Assim, tínhamos que estar ao nosso melhor nível. Ele dizia ‘aqui os artistas são vocês e não há circo sem artistas. Têm que dar o vosso melhor para as pessoas assistirem a um bom espetáculo’. Tentávamos ao máximo pôr isso em prática.
R - No Mundial de sub-20 em Portugal, vocês sentiam desde o início que podiam ganhar a prova?
G - Sentimos logo que podíamos revalidar o título. Íamos para o campo com essa intenção e pensávamos sempre jogo a jogo. Lembro-me que, um dia antes da final com o Brasil, o professor Queiroz levou-nos à praia do Guincho para nos motivar e ficámos só em cima das rochas a olhar para o mar. Ele pediu-nos para ficarmos lá a relaxar. Perguntou-nos o que estávamos a ver e nós dissemos que víamos uma parte calma das ondas mais para a frente e outra fase em que as ondas batiam nas rochas. Disse-nos ‘é assim que quero que vocês joguem amanhã!’. Ficámos a olhar uns para os outros a pensar ‘Como assim?’ e ele explicou o seguinte: ‘O que eu quero é que a defesa e o meio-campo estejam calmos como aquela fase do mar que veem mais perto do horizonte e que o ataque seja bravo como estas ondas que batem nas rochas’. Como jogadores inteligentes que éramos, tentámos colocar em prática aquilo que ele pediu.
R - Perspetivavam uma final tão tensa como aquela contra o Brasil?
G - Desde que saímos do hotel, vimos as ruas de Lisboa completamente cheias e começámos a viver esse momento incrível quando entrámos no autocarro. Ir para o aquecimento, com aquela moldura humana na Luz, não foi fácil, mas com o apito inicial as coisas acalmaram-se e tentámos fazer o nosso trabalho de forma descontraída.
R - De que forma é que festejaram o título?
G - Ganhámos o Mundial e o pessoal combinou todo sair. Acabámos por ir festejar para sítios diferentes. Eu, o Cao e o Toni fomos festejar para discotecas africanas e o resto do pessoal foi para discotecas europeias. Basicamente foi isso que aconteceu e festejámos tendo em contas as raízes dos nossos países de origem.
Antiga atleta conta-nos episódios marcantes da sua carreira
Antiga atleta foi três vezes campeã mundial de estrada
Antiga atleta recorda a Record episódios marcantes da sua carreira
Acabou carreira aos 46 anos, depois de contrair hepatite no Ultramar
Filho do extremo do Barcelona foi ignorado por mascote no parque de diversões parisiense
Revelação caricata de Allan Nyom sobre o dianteiro colombiano
Internacional dinamarquês está à procura de clube depois de ter terminado contrato com o Manchester United
Bobo Baldé, que esteve na final da Taça UEFA de 2003, entre Celtic e FC Porto, terá sido atropelado e esmurrado por pais antes de ser levado pela polícia