As memórias de um dos maiores escândalos do futebol português e a omnipresença de Rodolfo Reis na carreira que também fez a história do Gil Vicente
RECORD - Teve de entrar no futebol sénior, depois de ser bicampeão júnior no FC Porto, pela porta do U. Lamas. Como é que se passou essa mudança radical de realidades?
ZÉ NUNO AZEVEDO - Foi muito complicado, confesso, não estava nada preparado para essa nova realidade, ainda por cima numa divisão secundária. A transição foi mesmo muito difícil, pois era dos poucos que não assinei contrato profissional com o FC Porto e tive de me fazer à vida. Mesmo assim, acabei por ser muito feliz, pois encontrei no U. Lamas uma equipa muito experiente, cheia de gente que me ajudou bastante na integração. Fiz muitos jogos e mantive a regularidade, o que era fundamental.
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R - Segue-se o Famalicão pela mão de Rodolfo Reis, mas aí entrou na história do futebol português por motivos diferentes. Como é que foi assinar por uma equipa da I Divisão e acabar a jogar no terceiro escalão?
ZNA - Foi complicadíssimo. Só mesmo a mim... O mister Rodolfo Reis, que marcou a minha carreira e já tinha sido meu treinador no FC Porto, formou uma equipa com base naquela que tínhamos e em que fomos duas vezes campeões. A ideia era manter o Famalicão e para todos nós era uma experiência fantástica, mas na terceira jornada, quando íamos jogar contra o Marítimo, acabámos por descer para a III Divisão...
R - Um dos grandes escândalos do futebol português. Ainda se lembra dos pormenores?
ZNA - Lembro-me vagamente e a verdade é que nós, jogadores, só queríamos era jogar. Aquilo foi um processo por alegada corrupção, na única vez em que alguma equipa em Portugal foi severamente punida por isso. Teve a ver, se a memória não me falha, com um alegado pagamento ao Macedo de Cavaleiros na época anterior e com um cheque do presidente do Famalicão, com o Fafe também ao barulho. Não sei, aquilo meteu muita política pelo meio também, só sei que nós é que descemos e fomos todos jogar para os pelados da ‘terceirona’.
R - Como é que foi essa experiência?
ZNA - Diferente mas muito marcante, como é óbvio. Tínhamos uma equipa de grandes campeões, com o Zé Nando, Zé Luís, Cabral, Toninho Cruz, todos da formação do FC Porto. O Fernando Couto, que tinha acabado de ser campeão Mundial de juniores em Riade, também veio. Ficamos todos para ajudar o Famalicão a regressar o mais depressa possível ao topo do futebol português, mas foi uma época de grande sacrifício. Deu na mesma para a equipa evoluir, mas a grande verdade é que a nossa equipa era muito superior aos adversários, pois estava montada para a 1ª Divisão. Era tipo a Taça de Portugal e nós o clube grande em todos os jogos, mas a verdade é que acabámos por perder a grande final desse campeonato para o Mirense, onde jogava o Casquilha. Lembro-me bem da final que perdemos em Aveiro. Quando chegámos a esse jogo decisivo, a equipa estava toda rota, foi uma época muito desgastante em termos físicos e psicológicos, pois tínhamos a obrigação absoluta de subir de divisão, o que conseguimos. Isso era algo inevitável.
R - Seguiu-se o Gil Vicente e ainda com Rodolfo Reis...
ZNA - E foi praticamente o mesmo grupo de jogadores, com algumas diferenças, como é natural. Foi também uma época histórica, pois ficamos para sempre como a equipa que subiu pela primeira vez o Gil Vicente à 1ª Liga, aí já com novos elementos que também vinham da formação do FC Porto, como o Paulo Aves e o Folha. Era uma equipa muito interessante, cheia de juventude. Ficamos em segundo lugar, atrás do Salgueiros e à frente do Farense, na fase final da II Divisão.
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