O presidente do Sindicado de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, considera que Portugal é um país recetivo aos estrangeiros...
O presidente do Sindicado de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, considera que Portugal é um país recetivo aos estrangeiros, mas fica incomodado que grande parte do investimento chinês esteja a ocorrer em clubes amadores, do CNS. "Esses clubes devem ser um espaço para a comunidade e para os jogadores formados localmente. Não havia problema nenhum se fosse para a comunidade chinesa que já vive em Portugal há alguns anos, mas não é o caso. Estes jogadores vêm diretamente da China. Estão a roubar o espaço natural do jogador português no futebol amador."
Evangelista lembra ainda que avisou a FPF sobre a criação de um clube de chineses, o Oriental Dragon, e o crescente investimento asiático em clubes portugueses. "Temos de ficar alertados, sobretudo quando estamos conscientes do fenómeno dos resultados combinados. Há exemplos de outros países europeus em que investidores estrangeiros compraram clubes em dificuldades para viciar resultados no mercado ilegal de apostas da Ásia."
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O dirigente defende que deve haver um escrutínio maior em relação aos investidores estrangeiros e que as autoridades competentes têm de ser mais exigentes na defesa da transparência do futebol português. "Anda muita gente de olhos em bico. As dificuldades financeiras não podem ser desculpa para permitir tudo. O facto de termos muitos dirigentes benevolentes, que andam no futebol sem receber dinheiro, também não lhes dá o direito de serem irresponsáveis."
Mafra ‘cortou’ com a China
Antes do arranque da época passada, as suspeitas de resultados combinados abateram-se sobre o Atlético Clube de Portugal, outra equipa que também tem um investidor chinês. Eric Mao, detentor da empresa Apping Football Limited, comprou 70 por cento da SAD do clube lisboeta. Pouco tempo depois, um relatório da UEFA considerava que o Atlético apresentava "risco elevado de atividades corruptas". "Em 2013, uma companhia chinesa com potenciais ligações a jogos combinados comprou uma parte maioritária do Atlético CP. Além disso, o Atlético CP tem na equipa várias pessoas de interesse, alguns com extensas histórias suspeitas no BFDS [sistema que deteta fraudes em apostas desportivas]. Levado tudo em conta, o Atlético apresenta um risco elevado de manipulação e atividades corruptas para a época que vai arrancar."
Os jogos de preparação do Atlético também foram investigados. Em alguns desses encontros, alvos de apostas ‘online’, a equipa utilizou cerca de 40 jogadores, mas muitos permaneceram na equipa menos de 24 horas. A rádio Antena 1 chegou a referir que dois dos reforços contratados pelo Atlético para a temporada 2014/15 tinham um passado de jogos combinados. Recorde-se que o Atlético foi dos primeiros clubes portugueses a ter investimento chinês. Outros se seguiram. Além de Pinhalnovense e Torreense, do empresário Chen, o dinheiro asiático também já entrou no Loures, Sacavenense (investidor sul-coreano), Atlético do Cacém, Gondomar e Desportivo das Aves.
O Mafra também teve o apoio do mesmo grupo chinês que está no Loures. No entanto, a relação acabou com a subida do clube à 2.ª Liga, na última época. A direção do Mafra decidiu partir para a constituição de uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas, onde o clube continua a ter a maioria, contra a vontade do grupo chinês, que queria fazer uma SAD para ser o principal acionista. A intenção dos chineses foi vetada por causa da influência da autarquia de Mafra, uma vez que a edilidade fez um investimento entre 250 mil e 300 mil euros nas obras de renovação do estádio e não queria que o clube, e as instalações, deixassem de pertencer aos sócios.
Chineses desejam patrocinar 2.ª Liga
"Estamos a falar de um negócio muito forte que pode envolver mais de 6 milhões de euros para as equipas da 2.ª Liga. Nada tem a ver com esses pequenos negócios, em alguns clubes, que estão a ser feitos. Esses negócios são migalhas quando comparados com este." José Godinho, presidente da Oliveirense e porta-voz dos clubes do segundo escalão, explica a Record que um grupo de investidores chineses, com o apoio do governo daquele país, tem interesse em patrocinar a 2.ª Liga: "Estamos a negociar um pacote de rubricas, desde publicidade estática e nos equipamentos, transmissões televisivas e denominação da competição."
Godinho revela ainda que cada clube da 2.ª Liga pode vir a ter "dois jogadores chineses no plantel sénior, um nos juniores e um treinador chinês a estagiar". "Os clubes só serão obrigados a aceitar o ‘naming’ da competição. Depois, cada um poderá optar se quer jogadores chineses, publicidade estática ou outra solução."
O nosso jornal sabe que o empresário Kuong Chun Long, atual dono do Loures e antigo investidor do Mafra, é um dos interessados. José Godinho admite que Long faz parte do grupo: "Eles conhecem-se todos, mas quem está à frente das negociações é o braço-direito de uns investidores mais fortes vindos da região de Chen-Zhen, perto de Macau." Apesar do entusiasmo, o presidente da Oliveirense revela que as negociações estão paradas. "Estava a ser tratado com Luís Duque. A chegada do novo presidente à Liga atrasou o processo. Ainda não estivemos reunidos com Pedro Proença sobre esta matéria."
Godinho espera que o patrocínio possa chegar em janeiro ou na próxima época. "Se não acontecer numa destas alturas, duvido que alguma vez venha a ser feito", diz.
João Oliveira: «Futebol pode ser entrada para imigração ilegal»
Muitos estrangeiros têm entrado em Portugal com a justificação de que vêm jogar futebol, embora o objetivo seja conseguirem um visto para arranjar emprego na Europa. O jurista do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), João Oliveira, alerta para esta possibilidade e explica o enquadramento legal para atletas provenientes de países fora da União Europeia: "A entrada como desportista amador é um dos canais diretos de acesso ao nosso país, sem necessidade de submeter à apreciação das autoridades nacionais um contrato de trabalho desportivo que garanta as condições de subsistência."
João Oliveira revela que, nestes casos, o visto é temporário e que "o SEF está especialmente atento à capacidade do atleta para subsistir em Portugal, que terá de ser garantida pelo clube e pelos rendimentos próprios do jogador", geralmente assegurados pelos familiares.
O jurista lembra que o SEF estabeleceu um protocolo com a Liga, a FPF e o Sindicato dos Jogadores para fiscalizar o visto para a prática desportiva: "Esse visto é muitas vezes mascarado sob o falso amadorismo, ou amadorismo real, que traduz exploração e abusos, como as falsas promessas dos clubes no que respeita às garantias de subsistência dos atletas."
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