Ameaçou chorar quando mostrou camisola de há 10 anos. Ainda presente...
O número 20 C da Rua Meurah fica numa estrada secundária de Tibang, a vila vizinha de Banda Aceh, principal cidade da Sumatra, Indonésia. Antes de conhecermos o menino que sobreviveu, havia sinais que, embora inocentes, nos preparavam para o encontro, dez anos depois do incidente que mudou a sua e tantas outras vidas – muitas delas perderam-se para sempre. A poucos metros da sua casa, uma mercearia com o símbolo do RealMadrid pintado na parede. Estávamos mesmo perto. À chegada, abre-nos a porta o pai, Sarbini, cujos olhos afetados pela doença ofuscam a simpatia que o caracteriza. Diz que Martunis está fora, mas que um telefonema o trará de volta rapidamente. Fidos, o nosso fiel guia e companheiro, encontrado à porta do aeroporto onde trabalha, pede-nos que tiremos os sapatos e aguardemos. Sarbini vai preparar a sala para nos receber.
Já devidamente instalados e com o chá que Ismaniah, segunda mãe (lá não se utiliza o termo madrasta) de Martunis preparou para nós, ele chega finalmente.Estava ali, o menino que sobreviveu, forte e saudável, do alto dos seus 17 anos.Penteado alinhado com os mais recentes traços do ídolo,CristianoRonaldo. Cumprimenta-nos.Sorri. Já sabia que estaríamos ali naquele dia.
Camisola
Martunis é tímido.Muito tímido. Fidos sublinha isso enquanto faz a tradução: “Ele quer falar em inglês, anda a ter aulas, mas tem medo que vocês não entendam”. Martunis já completou o secundário e, como todos os meninos da sua idade, tem sonhos. Bom aluno? “Normal”, diz ele.Quer ir para a universidade, seguir uma formação desportiva e jogar futebol, aquilo que mais ama. Há obstáculos. O pai, pessoa doente, precisa da sua ajuda nas lides diárias e talvez o dinheiro não chegue para tudo o que quer.
Martunis acredita que a formação lhe trará tudo mais facilmente.E o que é isso? Portugal.O país que o ajudou a ter a casa simples mas acolhedora onde hoje habita.
Lembrança
Quando pedimos a Martunis que nos mostre a camisola com que foi encontrado, há dez anos, com o nome de RuiCosta – Ronaldo só vem depois – nas costas, há um momento em que tememos perdê-lo. A mesma está dobrada com outras que foi recebendo ao longo do tempo. Ele atira-a para junto de nós, ameaça ceder. Era mais do que evidente: dez anos é muito tempo, mas não o suficiente para esquecer as perdas da mãe e irmãos. Respeitámos. Não quisemos que chorasse.
Martunis tem um olhar vago, ainda assim profundo. No início tem receio de sorrir, mas quando nos conhece melhor, é fácil. Fala pouco, sempre. Nos seus olhos estão dois sentimentos muito normais em Banda Aceh: o de alguém ferido, mas também crente na realização de um futuro melhor.
Foram 21 dias perdido no meio de água, entulho e, com apenas 7 anos, aterrorizado com uma onda de um mar sempre tão próximo e agora incrivelmente calmo. Não se esquece assim. A meta, essa, é simples: “Amo Portugal.Devo algo àquelas pessoas. Amo tanto que quero viver e jogar lá. Sou doSporting, o mesmo clube de Ronaldo”. Corpo em Aceh, mas coração bem além daquele mar.
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