Martunis tem uma história para contar...
Pode parecer estranho, mas há coisas que o tempo não apaga em qualquer circunstância. Existem feridas com o mesmo tamanho do amor que há para oferecer em alguns corações. O de Martunis é assim. A localidade a que há dez anos se chamava o epicentro da catástrofe do tsunami é hoje o berço da esperança, pese embora o nevoeiro do passado teime em não sarar tudo como se deseja. Esta viagem que fizemos a Banda Aceh,Indonésia – terra que todos os portugueses aprenderam a identificar no mapa depois do milagre de uma criança de 7 anos –, pôs à prova a capacidade para gerir emoções dos repórteres do nosso jornal e serviu para assinalar os dez anos da catástrofe que chocou o Mundo, do ponto de vista com que mais nos identificamos: o dele, o menino que sobreviveu. Martunis cresceu. E se cresceu. Estava à nossa espera na sua casa, pronto para nos mostrar aquilo que mudou e o que se encontra na mesma. Escusado será dizer que intocável só mesmo o espírito das pessoas que se agarram a tudo o que têm de maior valor – pessoal, não material, mas já lá vamos – para, juntos, participarem na reconstrução que é de todos.
Nem sempre foi fácil falar com Martunis. A timidez juvenil, os sonhos de voar alto e os traumas estavam permanentemente com ele. Connosco sorriu, jogou à bola (melhor coisa do seu Mundo), posou para a foto, mas também chorou ao lembrar as memórias passadas. Visitou o museu edificado em memória das vítimas pela primeira vez, mostrou-nos onde vive, como vive, contou o que quis, o que ambiciona e os obstáculos que tem pela frente para o conseguir. Há palavras que lhe fazem sempre levantar os olhos e reacendem a euforia: Portugal e CristianoRonaldo. Martunis ama Portugal, venera Ronaldo e só quer revê-lo.
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Martunis não é só mais um menino. É alguém que, aos 17 anos, tem uma história de susto, perda, mas também de reconstrução e relançamento da vida. Sonha ser futebolista, mas não um qualquer. Quer fazê-lo em Portugal, estudar em Portugal, ser parte do país que, como o próprio diz vezes sem conta, o ajudou tanto.
Nesta reportagem não vamos adotar uma postura de meros espectadores, nem os seres humanos que conhecemos simples bocas com frases que podiam ser ditas por telefone, a milhares de quilómetros. Este é sim um trabalho feito por pessoas, para pessoas e sobre pessoas com o coração do tamanho do Mundo. Queremos que o nosso estimado leitor se sente confortavelmente, claro, mas que levante voo connosco rumo ao Sudeste asiático, onde estivemos.Sinta o calor abrasador que sempre oferece a linha do Equador, saboreie a gastronomia local, acene a cada um dos condutores que, só porque sim, decidem cumprimentá-lo. Queremos que consiga cheirar o odor natural de Banda Aceh, tão límpido quanto doce. A viagem começa agora.Martunis está à nossa espera e, acredite, tem tanto para nos contar naquele olhar... Vire a página, ou melhor, tire os sapatos, bata à porta do número 20C da rua Muerah e aguarde. Ele já aí vem.
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