Lisboa como nunca se tinha visto

Na última edição, em 2019, houve quatro vencedores distintos. Desta vez, Lisboa surgiu fortíssima e esteve perto de um nunca visto pleno

Caiu o pano da 14.ª edição da Festa do Basquetebol, a primeira depois de um interregno de dois anos motivado pela Covid-19. E convém começar logo por destacar que, apesar das restrições sanitárias próprias do momento, o certame não foi menos participado ou efusivo face ao passado. Pode mesmo dizer-se que, em certos momentos, deu a sensação de que a animação bateu recordes. Albufeira voltou a transbordar de alegria, com todas as delegações a contribuírem para o convívio em torno de uma paixão comum: o basquetebol.

A Festa é, de facto, um mega-evento ímpar no País (conforme testemunhou o novo secretário de estado do desporto, João Paulo Correia) e que, de forma algo improvável, coroou a Associação de Lisboa como nunca se vira: três títulos (Sub-14 masculinos e as duas competições Sub-16) e ainda um segundo lugar (Sub-14 femininos),atrás do Porto, a única outra associação que, em 2017, também logrou três vitórias e um segundo lugar (Lisboa impediu o pleno, ao invés do que sucedeu agora).

Se tivermos em conta que, em 2019, houve quatro vencedores distintos e que nas duas últimas edições surgiram associações a ganhar pela primeira vez (Algarve e Madeira), talvez este domínio lisboeta – assim como a presença de todas as equipas do Porto no pódio – indicie algum retrocesso na capacidade competitiva das restantes associações. Essa (importante) avaliação deverá ser feita mais à frente, mas ninguém pode ficar particularmente surpreendido com o bom desempenho das associações mais fortes. Muito estranho seria se, por exemplo, falhassem os pódios!

Talento para acompanhar

Não se sabe quantos dos jogadores presentes no Algarve irão alcançar o escalão sénior e/ou chegar a vestir a camisola da Seleção, mas é indiscutível (e até necessário) que alguns o façam. Que existe talento (técnico, mas também físico) ficou à vista de todos, mas daí até à afirmação final ainda vai grande distância. Depender deles, é óbvio, mas também de um acompanhamento atento. Como sempre, clubes, associações e Federação têm a palavra!

Pandemia agravou diferenças normais

Olhando para a parte inferior das classificações, rapidamente se constata que algumas associações continuam, como é habitual, a ser incapazes de fugir aos derradeiros postos. Alguém, claro, tem de ocupar essas posições e, historicamente, existem candidatos crónicos, resultante do facto de serem regiões com poucos clubes e atletas, o que não favorece a evolução. Mas, este ano, foi vísivel que a paragem competitiva – não só ao nível das seleções, mas de forma global – provocou problemas adicionais. Houve equipas com um nível técnico muito baixo, embora seja de enaltecer o esforço, a postura e o fair play revelados, pois não é toda a gente que tem coragem para competir com adversários claramente mais forte, sabendo antecipadamente que os resultados serão desnivelados.

Por Luís Avelãs
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