FERNANDA Ribeiro é um símbolo nacional. Por isso a "embrulhamos" no maior dos símbolos nacionais: a bandeira. Estes dois símbolos combinados foram a base para o retrato de uma das maiores figuras do Desporto português, ainda em competição. Tal qual uma toalha de banho, a bandeira acomodou-se ao corpo de Fernanda Ribeiro na construção de uma imagem bastante patriótica.

A corredora realizou uma verdadeira maratona para conseguir tirar o "boneco" no estúdio em Algés. Como havia combinado estar presente na sessão às 11 horas, acordou às 6 da manhã para realizar o habitual treino e depois apanhar o avião. Quem corre por gosto não cansa.

O acto de se despir, mesmo por detrás de uma bandeira, não é fácil para um desportista, pouco habituado a trabalhos deste tipo, mas Fernanda Ribeiro tudo encarou com um grande profissionalismo: "É preciso tirar tudo?", gracejou para o fotógrafo Rui Vasco, que apenas pediu a ausência das alças do "soutien" nos ombros.

Nem só a bandeira é um símbolo. Os sapatos vermelhos também. São o talismã da corredora, que, apesar de já não terem uso, mantêm-se bem guardados. "Já tive algumas propostas para os vender, mas não me desfaço deles", afirmou.

A produção da fotografia foi simples, tendo havido algumas paragens apenas para retocar a posição da bandeira, de forma a que o escudo central fosse visível. E Fernanda Ribeiro lá continuou a maratona, com o regresso apressado ao Norte.

QUAL É O TEMA DO "LIVRO DO CINQUENTENÁRIO" ?

Em quase 600 páginas de grande formato, repartidas por dois volumes -- um dedicado exclusivamente ao futebol e o outro à restante meia centena de modalidades (com especialidades e variantes que ultrapassam as duas centenas) -- o Desporto nacional e internacional da segunda metade do século XX é tratado numa perspectiva jornalística: informativa, clara, sintética, documentada, ilustrada, rigorosa.

QUEM ELABOROU O LIVRO?

O “Livro do Cinquentenário” foi redigido por um núcleo restrito de seis pessoas, que recorreram a inúmeras fontes, incluindo jornalistas e colaboradores especializados do próprio jornal para produzir os textos sobre as figuras e os factos relevantes do período da existência do nosso jornal. O volume do futebol mereceu o contributo de um Conselho Editorial constituído por Luís César, Oliveira Santos e Rui Tovar, três autoridades na matéria. Foi necessário um investimento nunca visto em Portugal no que respeita à pesquisa de imagens (cerca de duas mil fotos, muitas delas inéditas e outras produzidas em exclusivo para o efeito) e confirmação dos factos relatados.

QUANTO TEMPO FOI PRECISO PARA FAZER O LIVRO ?

O grupo de trabalho, que funcionou com inteira autonomia, começou os trabalhos de campo a 15 de Dezembro de 1998. Portanto, foi necessário um ano para se chegar ao produto final, que entrou em trabalho de paginação no final do Verão, mas sofreu actualizações tanto de textos como de imagens até há escassos dias. Por exemplo, a proeza de José Couto no último domingo, no Europeu de natação, já está incluída na obra, com registo fotográfico do acontecimento.

QUAL FOI A ESTRUTURA ESCOLHIDA PARA O "LIVRO DO CINQUENTENÁRIO" ?

O livro está concebido para permitir, simultaneamente, uma leitura em sequência (tipo "romance") ou rápidas consultas. O volume do futebol está dotado de um índice onomástico com cerca de três mil nomes, permitindo a localização rápida de todas as páginas onde se fala de cada um dos jogadores, treinadores, dirigentes e outros intervenientes no desporto-rei, o que lhe confere um carácter quase enciclopédico.

QUANDO SE PODERÁ ADQUIRIR O "LIVRO DO CINQUENTENÁRIO" ?

No início da próxima semana, o grande acontecimento editorial do final do milénio em Portugal, na área do Desporto, merecerá um lançamento simultâneo em Lisboa e Porto. De imediato será colocado nas melhores livrarias de todo o País e serão divulgadas formas alternativas de aquisição, visando, nomeadamente, os emigrantes. Isto é, o “Livro do Cinquentenário” ainda vem a tempo de resolver o dilema da prenda de Natal: nenhum adepto do Desporto dispensará uma obra desta dimensão na estante.

CÉSAR DE OLIVEIRA