"O Barreirense é uma marca poderosa no futebol português." As palavras do presidente António Martins poderão pecar apenas por defeito, já que se referem a um clube - centenário em 2011 - que apesar de nunca se ter sagrado campeão da 1.ª Divisão foi dos que produziram mais nomes para a galeria de ilustres do futebol nacional: Artur Quaresma, José Augusto, Chalana, Carlos Manuel... a lista cobre várias gerações, numa tradição formadora que ainda hoje tem eco. "Na época passada, o Sporting veio cá buscar 5 miúdos e, este ano, o Benfica e o Sporting já querem mais alguns jogadores das camadas jovens", congratula-se o líder, de 35 anos, que antes de ser eleito já encabeçava a comissão de gestão que tomou conta do clube no ano passado.
Mas a história gloriosa do Barreirense contrasta com o seu presente. O clube vendeu os terrenos do antigo estádio D. Manuel de Melo a uma empresa de construção civil que tratou de o demolir. Infelizmente, o pagamento nunca chegou aos cofres do clube. "Somos credores de 3 milhões de euros, 1 milhão em dinheiro e o restante em património construído", explica José Carrilho, de 54 anos, responsável pelo futebol do clube da margem sul.
O Barreirense colocou uma ação em tribunal contra a empresa em causa, a Espaço 3030, e espera ver a sentença proferida ainda antes das férias judiciais, em agosto, e receber, para já, o primeiro milhão de euros. Expectativa que António Martins coloca em lume brando: "Infelizmente, a dita empresa tem como principais credores uma série de bancos, e estes têm dívidas de dezenas de milhões de euros, logo, é possível que não cheguemos a ver esse dinheiro mas, nesse caso, alguém terá de ser chamado a assumir responsabilidades..."
Casa às costas
A demolição do estádio, em 2008, fez com que o Barreirense tivesse de recorrer ao empréstimo de campos. Os recintos do Fabril e do Grupo Desportivo de Portugal, entre outros, foram pontos de passagem numa deambulação que passou de provisória a "por tempo indeterminado", devido ao não pagamento pelos terrenos.
Com a nova direção, as coisas, todavia, tomaram um rumo mais definido. "Independentemente do pagamento da verba que nos é devida, vamos partir para a construção do novo complexo desportivo nos terrenos que o clube possui na Verderena", revela o presidente António Martins, que sublinha que fará os possíveis para que o mesmo esteja pronto a tempo do arranque da próxima época desportiva. Uma solução que será dotada de um relvado sintético e de "bancadas amovíveis", explica José Carrilho, acrescentando: "Numa segunda fase, que ainda não está agendada, planeamos ter um campo com capacidade para 2.200 espectadores."
Paralelamente, a ambição desportiva é urgente. "Queremos subir dos distritais, onde nos encontramos, para os nacionais já para o ano", assume António Martins, que deixa um desejo: "Oferecer aos sócios, como prenda dos 100 anos do clube, um complexo desportivo novo."
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