Domingos Vieira é um dos nomes mais sonantes do boccia nacional. Em 2015, na Polónia, arrecadou duas medalhas de ouro, mas foi um gesto simples e louvável que comoveu as pessoas
Os dias são curtos para Domingos Vieira. Divide o tempo entre o quartel dos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso, onde trabalha na central telefónica, e os treinos de boccia no Sp. Braga. "Faz-se bem. É uma viagem relativamente curta", conta o atleta, de 36 anos.
Uma distrofia muscular atirou-o para uma cadeira de rodas, mas nada que o afete. "Só o facto de fazer por dia 60 km para poder treinar e de fazer outras atividades no dia a dia mostram o quão sou capaz. Quem me conhece sabe que não sou de desistir das coisas", destaca Domingos, que conta já com títulos nacionais e além-fronteiras. "Sempre soube lidar bem com a minha deficiência. Se estamos nesta situação por algum motivo é e eu sou bem desenrascado", refere.
Iniciou a carreira em 2003 por influência de um amigo que o convidou a ir ver um treino da APPC [Associação de Paralisia Cerebral] de Guimarães. Conta já com várias presenças em provas internacionais ao serviço da Seleção, cores que veste desde 2010, e episódios para mais tarde recordar, mas nada que se compare à Taça do Mundo disputada na Polónia, em 2015. Ganhou a prova individual e de pares na classe BC4, mas foi o gesto de Domingos Vieira no final da prova que ficou eternizado.
"Íamos jogar contra Macau na fase de grupos, só que aconteceu o pior, que foi a morte de uma atleta deles. Nós já tínhamos garantido uma medalha de ouro de pares e eu disse à selecionadora que se garantisse outra medalha a nível individual, seria ela qual fosse, iria dar essa medalha à equipa de Macau. Achámos que uma medalha não seria a melhor forma de a homenagear. Então, na cerimónia de encerramento, ofereci um ramo de flores à equipa de Macau", lembra Domingos Vieira, atleta que revela que o gesto ainda hoje é lembrado pela comitiva macaense. "Ela morreu durante a competição. Eles não compareceram ao jogo e no final do dia soubemos o motivo. Foi um momento marcante na minha carreira. Sempre que vou a uma competição em que estejam presentes fazem questão de me vir cumprimentar."
"Excelente pessoa e atleta"
"Foi uma atitude que me tocou bastante", recorda Joaquim Viegas, vice-presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Pessoas com Deficiência (FPDD) e delegado técnico da Federação Internacional na altura. "Quando o atleta está debaixo de um elevado stress competitivo e em paralelo tem aquela atitude de grande sensibilidade é um gesto que marca qualquer um e que se deve realçar. Significa que podemos ser excelentes pessoas e excelentes atletas", realça o dirigente.
Certo é que Domingos Vieira não pretende retirar-se do Boccia tão cedo. A paixão pelo desporto que pratica há quase 17 anos é muita. "Vou continuar a jogar até o corpo deixar. Conheço atletas com 60 anos que continuam a praticar", destaca.
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