Aníbal Pinto: «Nélio Lucas disse que me dava 1 milhão se revelasse quem era o meu cliente»

Advogado é acusado de co-autoria da tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen

• Foto: Lusa
Na primeira sessão de julgamento da tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, no Tribunal Central Criminal de Lisboa, Aníbal Pinto, arguido acusado de co-autoria, prestou declarações - ao contrário de Rui Pinto que apenas leu uma curta declaração, reservando o direito de prestar declarações posteriormente -, detalhando o encontro que teve com Nélio Lucas [então presidente da Doyen] e o advogado Pedro Henriques. 

"Na altura eu não percebi nada de futebol. Aliás, fiz-me sócio do FC Porto no dia em que assinei contrato como comentador da CMTV. Porque se ia para lá defender o FC Porto achei que tinha de ser sócio, por isso nunca tinha ouvido falado da Doyen, não ligava nada a futebol", afirmou Aníbal Pinto.

Ao coletivo de juízes, o arguido adiantou ainda que se encontrou com os representantes da Doyen, Nélio Lucas e o advogado Pedro Henriques em Lisboa: "'Nélio Lucas perguntou-me se o meu cliente era português e eu disse que sim, que era um miúdo. Perguntou-me também se ele entrava no site da Federação Portuguesa de Futebol e eu disse que não sabia. Percebi logo que o senhor Nélio Lucas era endinheirado, não era um teso."

Aníbal Pinto, que aos jornalistas afirmou que iria "desmontar a acusação do Ministério Público ponto por ponto", relatou ainda que Nélio Lucas lhe disse que queria contratar o seu cliente mas que precisava de garantir a confidencialidade. "'Tem de me dar garantias. Quero uma cláusula penal de 100 mil euros, como garantia de confidencialidade'. Nesse caso, disse-lhe eu, teria de fazer uma de 300 mil, porque 150 mil tinha de pagar de IRC."
 
"A Polícia Judiciária não disse e estavam lá 5 inspetores [no dito encontro, haveria 5 inspetores à paisana] que Nélio Lucas disse que me dava um milhão se revelasse quem era o meu cliente. E eu respondi 'nem 1 milhão nem 100. Não tens dinheiro para me comprar'."

"Está escrito [no processo] que Nélio Lucas me disse que não sabia como é que se ia conseguir transformar uma extorsão num contrato válido e que eu respondi para não se preocupar. Isto é mentira, nunca foi dito", sublinhou Aníbal Pinto.
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